Obesidade e idade avançada são fatores de risco da doença, que é a principal causa de mortalidade materna
O inchaço nos pés e pernas de mulheres grávidas são sintomas considerados normais, mas se o inchaço afetar as mãos e o rosto, fique alerta. Este é um dos sintomas da pré-eclâmpsia, uma das doenças mais graves da gestação, que pode levar à morte.
A pré-eclâmpsia aparece a partir da 20ª semana de gravidez e se caracteriza pelo aumento da pressão arterial, inchaço no corpo e perda de proteínas pela urina. Nos casos graves, pode evoluir para a eclâmpsia, quando o cérebro da mãe é afetado e a paciente sofre convulsões.
Para o bebê, as consequências também são graves, já que a pressão alta compromete o fluxo de sangue no cordão umbilical. O feto pode sofrer restrições nutricionais e de oxigenação e ter seu crescimento comprometido. Em casos extremos pode-se chegar ao descolamento da placenta ou até à antecipação do parto.
"No Brasil e na América Latina, a pré-eclâmpsia é o principal motivo de mortalidade materna e mortalidade perinatal (ou seja, um pouco antes e um pouco depois do parto), pois além das consequências maternas, a circulação placentária se torna deficiente e prejudica a vitalidade do feto", afirma a ginecologista e obstetra Rita Sanchez, especialista em medicina fetal e chefe da maternidade do Hospital Albert Einstein (SP).
Outros sintomas envolvem dor de cabeça, alterações na visão, dor no abdômen superior e mais desconfortos relacionados ao estômago.
Sobrepeso e idade aumentam risco
Embora as causas do problema ainda não tenham sido comprovadas, os fatores de risco são amplamente conhecidos e incluem a obesidade e a idade da mãe. Um estudo recente da Universidade de Columbia, em Nova York, compilou dados de 120 milhões de grávidas americanas entre 1980 e 2010 e comprovou que o risco de pré-eclâmpsia se agrava tanto entre mulheres muito jovens quanto entre mulheres de idades mais avançadas.
Rita Sanchez observa este fenômeno na prática clínica. “Grávidas acima de 35 anos e abaixo de 18 têm incidência maior da doença, talvez porque estejam nos extremos reprodutivos, onde a natureza não se preparou para a reprodução”, comenta.
A pesquisa americana também mostrou que a taxa de incidência da doença nos Estados Unidos subiu de 3,4% em 1980 para 3,8% em 2010, impulsionada principalmente pela pré-eclâmpsia grave – cuja incidência cresceu de 0,3% para 1,4% no mesmo período.
Para os pesquisadores, a expansão foi motivada, ainda que parcialmente, pelo aumento da obesidade na população americana. Os autores alertam, no entanto, que a obesidade sozinha não é suficiente para explicar este problema e que mudanças nos critérios de diagnóstico ao longo do tempo também podem ter influenciado o resultado. Mesmo assim, ressaltam que esforços para combater o excesso de peso na população ofereceriam um benefício à saúde de grávidas e bebês.
Há prevenção?
Ainda não há formas garantidas de se prevenir a pré-eclâmpsia. O obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Mário Macoto, afirma que a doença é mais comum na primeira gestação e ressalta que um bom pré-natal ainda é a melhor precaução.
Ele explica que é importante acompanhar a história clínica da paciente e avaliar se há histórico de pré-eclâmpsia na família, além de atentar aos fatores de risco, como sobrepeso, idade, diabetes e hipertensão crônica.
Atualmente, estão em estudo algumas técnicas para identificar prematuramente a doença. No Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um grupo de pesquisadores está estudando formas de calcular o risco da pré-eclâmpsia e identificar se a doença será grave ou leve. De acordo com Rita, a proposta é, a partir deste diagnóstico antecipado, introduzir medicação antes da 20ª semana da gravidez para inibir o desenvolvimento da doença.
A médica informa que outros países, como Canadá e Inglaterra, também têm pesquisas semelhantes em andamento, mas ainda não é possível prever em quanto tempo os estudos terão aplicação prática nos consultórios.
O tratamento, nos casos leves, é focado no controle da pressão arterial. “Às vezes, tirando a paciente do trabalho, diminuindo o estresse do dia a dia, reduzindo o sódio e a gordura na alimentação e indicando repouso já conseguimos controlar a pressão”, diz Mário Macoto. Quando isso não é suficiente, a saída é receitar medicamentos para baixar a pressão. A internação só é indicada em último caso, nas situações muito graves.
Em geral, a doença desaparece com o fim da gravidez, mas um grupo pequeno de mulheres permanece hipertenso após o parto. Por isso, o acompanhamento médico deve continuar nos meses que se seguem ao nascimento da criança, até que o risco seja eliminado.
Fonte: revista Crescer
O inchaço nos pés e pernas de mulheres grávidas são sintomas considerados normais, mas se o inchaço afetar as mãos e o rosto, fique alerta. Este é um dos sintomas da pré-eclâmpsia, uma das doenças mais graves da gestação, que pode levar à morte.
A pré-eclâmpsia aparece a partir da 20ª semana de gravidez e se caracteriza pelo aumento da pressão arterial, inchaço no corpo e perda de proteínas pela urina. Nos casos graves, pode evoluir para a eclâmpsia, quando o cérebro da mãe é afetado e a paciente sofre convulsões.
Para o bebê, as consequências também são graves, já que a pressão alta compromete o fluxo de sangue no cordão umbilical. O feto pode sofrer restrições nutricionais e de oxigenação e ter seu crescimento comprometido. Em casos extremos pode-se chegar ao descolamento da placenta ou até à antecipação do parto.
"No Brasil e na América Latina, a pré-eclâmpsia é o principal motivo de mortalidade materna e mortalidade perinatal (ou seja, um pouco antes e um pouco depois do parto), pois além das consequências maternas, a circulação placentária se torna deficiente e prejudica a vitalidade do feto", afirma a ginecologista e obstetra Rita Sanchez, especialista em medicina fetal e chefe da maternidade do Hospital Albert Einstein (SP).
Outros sintomas envolvem dor de cabeça, alterações na visão, dor no abdômen superior e mais desconfortos relacionados ao estômago.
Sobrepeso e idade aumentam risco
Embora as causas do problema ainda não tenham sido comprovadas, os fatores de risco são amplamente conhecidos e incluem a obesidade e a idade da mãe. Um estudo recente da Universidade de Columbia, em Nova York, compilou dados de 120 milhões de grávidas americanas entre 1980 e 2010 e comprovou que o risco de pré-eclâmpsia se agrava tanto entre mulheres muito jovens quanto entre mulheres de idades mais avançadas.
Rita Sanchez observa este fenômeno na prática clínica. “Grávidas acima de 35 anos e abaixo de 18 têm incidência maior da doença, talvez porque estejam nos extremos reprodutivos, onde a natureza não se preparou para a reprodução”, comenta.
A pesquisa americana também mostrou que a taxa de incidência da doença nos Estados Unidos subiu de 3,4% em 1980 para 3,8% em 2010, impulsionada principalmente pela pré-eclâmpsia grave – cuja incidência cresceu de 0,3% para 1,4% no mesmo período.
Para os pesquisadores, a expansão foi motivada, ainda que parcialmente, pelo aumento da obesidade na população americana. Os autores alertam, no entanto, que a obesidade sozinha não é suficiente para explicar este problema e que mudanças nos critérios de diagnóstico ao longo do tempo também podem ter influenciado o resultado. Mesmo assim, ressaltam que esforços para combater o excesso de peso na população ofereceriam um benefício à saúde de grávidas e bebês.
Há prevenção?
Ainda não há formas garantidas de se prevenir a pré-eclâmpsia. O obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), Mário Macoto, afirma que a doença é mais comum na primeira gestação e ressalta que um bom pré-natal ainda é a melhor precaução.
Ele explica que é importante acompanhar a história clínica da paciente e avaliar se há histórico de pré-eclâmpsia na família, além de atentar aos fatores de risco, como sobrepeso, idade, diabetes e hipertensão crônica.
Atualmente, estão em estudo algumas técnicas para identificar prematuramente a doença. No Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um grupo de pesquisadores está estudando formas de calcular o risco da pré-eclâmpsia e identificar se a doença será grave ou leve. De acordo com Rita, a proposta é, a partir deste diagnóstico antecipado, introduzir medicação antes da 20ª semana da gravidez para inibir o desenvolvimento da doença.
A médica informa que outros países, como Canadá e Inglaterra, também têm pesquisas semelhantes em andamento, mas ainda não é possível prever em quanto tempo os estudos terão aplicação prática nos consultórios.
O tratamento, nos casos leves, é focado no controle da pressão arterial. “Às vezes, tirando a paciente do trabalho, diminuindo o estresse do dia a dia, reduzindo o sódio e a gordura na alimentação e indicando repouso já conseguimos controlar a pressão”, diz Mário Macoto. Quando isso não é suficiente, a saída é receitar medicamentos para baixar a pressão. A internação só é indicada em último caso, nas situações muito graves.
Em geral, a doença desaparece com o fim da gravidez, mas um grupo pequeno de mulheres permanece hipertenso após o parto. Por isso, o acompanhamento médico deve continuar nos meses que se seguem ao nascimento da criança, até que o risco seja eliminado.
Fonte: revista Crescer
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