O desenvolvimento integral da criança requer a atividade física para o pleno desenvolvimento social, emocional e físico. O desafio é escolher uma modalidade tão atraente quanto a televisão, o videogame e a internet. A partir deste mês, crescer vai mostrar atividades que seu filho vai amar!
Tatiana Bonumá
Tatiana Bonumá
Consenso mundial, aceito e adotado no Brasil, preconiza de 30 a 60 minutos de atividade física diária, cinco vezes por semana, para crianças e adolescentes. Nessa conta, ainda bem, entram as brincadeiras, correr, caminhar, jogar bola... as ações simples do dia a dia. Ainda assim, quantas crianças conseguem alcançar esse patamar? Conforme os especialistas Alex Antonio Florindo, doutor em Saúde Pública, e Evelyn Helena Corgosinho Ribeiro, professora de Educação Física da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no livroEsporte e Atividade Física na Infância e na Adolescência(Ed. Artmed), há diversos estudos realizados no Brasil que mostram que mais de 50% das crianças e adolescentes brasileiros não atingem essa recomendação.
Os benefícios são incontestáveis. Quem pratica modalidades esportivas tem menos chances de apresentar doenças cardiovasculares, respiratórias, ósseas, obesidade e desequilíbrios nas taxas de colesterol e triglicérides, antes problemas de adultos que hoje atingem a infância. “Melhora a autoestima, proporciona o autoconhecimento, auxilia positivamente na socialização e no desenvolvimento emocional, assim como aumenta a possibilidade da conquista de uma vida adulta mais saudável”, reforça Paula Korsakas, mestre em pedagogia do movimento.
E como competir com a TV e o computador, e convencer os filhos a sair do sofá? Essa é a missão da série de reportagens CRESCER em Movimento, inaugurada nesta edição, que a cada mês mostrará os atrativos e benefícios de uma modalidade corporal. Para começar, nas próximas páginas, a sedução que as aulas de circo exercem sobre as crianças.
Brincar também vale
A CRESCER conversou com o pediatra Durval Daniel Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, sobre o papel da iniciação esportiva na melhora da saúde das crianças. Confira abaixo:
CRESCER: Quais problemas de saúde a atividade física combate mais?
Durval Daniel Filho: Principalmente as doenças cardiovasculares. Muitas vezes, a origem dessas disfunções está na infância. Propiciar uma vida saudável, com atividades físicas, alimentação bem equilibrada e atendimento médico adequado, reduz as chances de uma complicação no futuro.
C.: E a curto prazo, quais são os benefícios?
D.D.F.: Está provado que crianças ativas têm melhor rendimento escolar, disposição física superior e melhor qualidade de vida. Há também aprimoramentos nos desenvolvimentos emocional e social, auxiliando no autoconhecimento e na capacidade de lidar com as frustrações.
C.: Quais suas dicas dicas para estimular as crianças?
D.D.F.: A iniciação esportiva deve ser apresentada à criança não como uma obrigação, mas como algo prazeroso e divertido. Na outra ponta do processo, é interessante que os pais limitem o tempo do “entretenimento de tela”, como os jogos eletrônicos e a televisão, para no máximo duas horas diárias, dividida entre os períodos manhã, tarde e noite. Na rotina da criança é preciso que sobre tempo para ela brincar ao ar livre, correr, jogar bola, práticas insubstituíveis na infância.
O RISCO EM NÚMEROS
• 1,5 milhão de menores de 18 anos no Brasil tem obesidade.
• Cerca de 25% da população infantojuvenil brasileira está acima do peso ou é obesa.
• 155 milhões de crianças no mundo estão acima do peso ou são consideradas obesas, segundo dados epidemiológicos da Obesity Task Force.
• A Organização Mundial de Saúde estima que nos últimos dez anos a obesidade infantil aumentou em até 40% na Europa, e cerca de 30% dos adultos obesos foram crianças com o mesmo problema.
Fontes: Ministério da Saúde (os dados mais recentes são de 2004) e Sociedade Brasileira de Pediatria
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