quarta-feira

Conheça a Naandi Foundation, uma ONG que muda a vida de milhares de indianos

Quando o terceiro setor, o governo e a expertise das grandes corporações se unem, grandes mudanças sociais podem acontecer

Uma onda de pessimismo parece se alastrar por todos os cantos. A epidemia de ebola na África, os conflitos na Faixa de Gaza, tsunamis, furacões, mudanças climáticas... Sim, há mesmo muitos motivos para se preocupar. Mas antes de se deixar contagiar por esse sentimento de “a-vida-está-difícil-e-não-há-nada que-a-gente-possa-fazer”, mostramos que nem tudo está perdido. Existe, sim, muita, muita gente trabalhando para tornar esse mundo um lugar melhor, mais justo e mais feliz. Uma dessas pessoas é Manoj Kumar, CEO da Naandi Foundation, uma organização sem fins lucrativos que tem feito uma diferença profunda na vida de mais de um milhão de pessoas na Índia.

Os índices de desenvolvimento nesse grande país asiático, que ostenta a segunda maior população do mundo, não parecem muito promissores. A Índia tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dentre os países do BRIC: 0,5447. Para se ter uma ideia, o Brasil tem 0,744 e a Noruega, que ocupa a primeira posição do ranking, tem 0,944. Além disso, 64% da população não tem acesso ao saneamento básico e 7,4% não dispõe de água tratada. 

A Naandi Foundation, fundada em 2000, atua em quatro frentes básicas: distribuição de refeições nutritivas, acesso à água potável, aumento da qualidade do ensino básico e suporte aos pequenos produtores agrícolas. Seu fundador e CEO, Manoj Kumar, trabalhava como banqueiro corporativo em Mumbai nos anos 90. Ele foi o responsável por levar ao terceiro setor a mesma estrutura das grandes corporações. É por isso que, em vez de trabalhar apenas com voluntários, um dos diferenciais da Naandi Foundation é que ela tem funcionários, como qualquer outra empresa. “Trabalhamos com pessoas altamente qualificadas (...) que resolvem os problemas do setor social do mesmo modo como fariam dentro do mundo corporativo”, conta Kumar. Estatégia, planejamento e comprometimento são palavras de ordem e a fundação conta também com um sólido sistema de organização. “Mesmo se 10 pessoas decidirem sair ao mesmo tempo, a fundação continua funcionando normalmente porque temos uma estrutura sólida”, diz Kumar. Além disso, a Naandi conta com o apoio de muitos membros da indústria e do setor privado e, principalmente,com o suporte do próprio governo. É como se alguns serviços básicos tivessem sido terceirizados à fundação.

Não é à toa que a Naandi produz números impressionantes: proporciona acesso à água potável para três milhões de pessoas nas zonas rurais, administra 1726 escolas que garantem educação a mais de 200 mil crianças e dá suporte a mais de 20 mil pequenos produtores rurais. Essas fazendas, que cultivam sobretudo um tipo de café orgânico de alta qualidade, recebem orientações e suporte para uma produção mais sustentável, buscando soluções ecológicas para o cultivo. “O setor social sempre funcionou na Índia ou à base de caridade, ou da distribuição de bens, como no gerenciamento de catástrofes, ou à base ativismo. (...) O principal diferencial que nós trouxemos foram os resultados mensuráveis”, diz Kumar.

Para as crianças


Um levantamento do governo indiano mostrou que 48% das crianças abaixo dos 6 anos na estavam mal nutridas. Pensando nisso, o Mid-Day Meal Programme (que ao pé da letra pode ser traduzido como “Programa das Refeições do Meio Dia”) provém uma refeição nutritiva ao dia para crianças em idade escolar. A fundação construiu a maior cozinha do mundo em Hyderabad, no sul do país, que produz cerca de 150 mil refeições diariamente – até hoje já foram produzidas 200 milhões. Se fica difícil mensurar a magnitude desses resultados, é possível ter uma ideia de como a fundação muda a vida de cada uma das pessoas assistidas. Basta olhar as fotos:




Fonte: http://revistacrescer.globo.com/

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