Chegada do bebê traz insegurança e questionamentos. Saiba por que isso acontece
De quanto tempo a mulher precisa para se acostumar à vida de mãe? De acordo com a pesquisa organizada pela marca de produtos infantis Munchkin, são necessários 4 meses e 23 dias para se adaptar ao novo estilo de vida. A chegada do bebê sacudirá a rotina da família, mas, após esse período, a nova mãe vai lidar com a situação mais tranquilamente. E se você está grávida e quer saber se é normal as inseguranças que surgem durante esse período, fique tranquila. No estudo, 60% das 2.000 entrevistadas do Reino Unido acharam, a princípio, que não seriam capazes de ser boas mães.
“Como vai ser essa experiência?” “Será que vou dar conta de educar uma criança?” “E se eu não conseguir cumprir meu papel?” É natural que essas questões passem pela sua cabeça. “Ter preocupação, euforia e ansiedade em torno deste momento é saudável. Afinal, começa a surgir a consciência de que a pessoa assumirá o papel de pai ou de mãe”, explica a psicóloga Soraya Azzi, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). A responsabilidade de criar um filho e de proporcionar o bem-estar a ele causa aquele friozinho na barriga, não tem jeito. Dar amor, impor limites e estar disponível para a criança são desafios que costumam assustar, a princípio. Na pesquisa, 50% das mulheres ficaram nervosas com a notícia de que seriam mães e 25% se amedrontaram diante da novidade.
E não são só elas que ficam inseguras: os homens também temem não conseguir cumprir o papel de pai. Eles querem saber dar colo e banho, trocar a fralda do bebê e amparar a mãe da criança. “Há uma mudança neuro-hormonal que justifica essa insegurança. O cortisol, associado ao estresse, e a adrenalina, que causa o medo, são liberados nessa situação [da descoberta de que ele vai ser pai]”, esclarece Ricardo Monezi, pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp. No estudo da Munchkin, 20% das mães sentiram que seus parceiros se acostumaram mais rapidamente à nova rotina.
Mudanças na futura mãe
Não é só o desafio de criar um bebê que é responsável pela reviravolta na vida das grávidas. As alterações físicas e emocionais também explicam essa ansiedade. Veja que interessante: até sua percepção sensorial cresce durante a gestação! A sensibilidade à luz e aos odores aumenta. E o paladar e a visão ficam mais aguçados: tudo para que a futura mãe possa estar preparada para proteger o bebê que está a caminho. Até o afeto tem explicação biológica. “A ocitocina é o hormônio mais importante na relação da mãe com a criança. É ela que é responsável pelo envolvimento emocional”, explica Monezi. O ápice de produção da ocitocina ocorre durante o parto e continua no período de amamentação. Depois, diminui e se estabiliza.
Tudo dará certo
É isso mesmo! Acredite: você e seu companheiro vão aprender a lidar com a nova rotina, como identificar se o choro do bebê é de fome, dor, manha. Após o período mencionado pela pesquisa, de cerca de 4 meses, a experiência que o casal adquiriu até aí já é suficiente para entender as necessidades do filho. As tarefas diárias, como trocar a fralda e colocar a criança para dormir, ajudam o pai e a mãe a compreenderem o novo papel que desempenham. E aquela ansiedade do comecinho vai diminuindo naturalmente.
Não se envergonhe
Uma forma de aliviar a insegurança é dividir suas emoções com alguém em quem confie. Na pesquisa, um terço das mulheres confidenciaram a um amigo ou a um membro da família que estavam com medo de não conseguir cumprir o papel de mãe. Mas 20% delas preferiram guardar as angústias, temendo que parecessem fracassadas. “Dizer para os outros o que está sentindo é importante. É preciso entender que todo mundo tem direito a ter dúvidas”, explica a psicóloga.
Por isso, não tenha vergonha de pedir ajuda. Pergunte o que quiser, sem medo, ao obstetra ou ao pediatra. E uma dica: tente não ficar tão apreensivo, tudo tem o seu tempo, não se cobre demais. Das mães entrevistadas no estudo, 57% disseram que não conseguiram curtir os primeiros meses do bebê porque estavam preocupadas com que tudo desse certo. Então, relaxe e aproveite essa fase com o seu filho. Você já deve ter ouvido falar que passa rápido, não é mesmo?
Fonte: revista Crescer
Nenhum comentário:
Postar um comentário