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Tipos de medo comuns na infância

Por Giuliano Agmont


O pediatra carioca Júlio Dickestein diz que o medo costuma surgir diante de alguns elementos reais na vida de uma criança: o médico, a creche ou escola, a alimentação, a violência e a dor recorrente. Essas causas reais geram um medo verdadeiro, mas também podem derivar para estados secundários (medo de escuro, de monstros etc.). “Cada criança reage de uma maneira e o temor pode se tornar banal ou catastrófico”, explica o médico. “O importante é que os pais saibam a origem do medo, que acaba se manifestando de forma mais clara quando a criança fica sozinha ou está em lugares escuros”, explica o pediatra.

• Médico
A criança já chega estressada à consulta. Tudo é diferente. Em seguida, fica sem roupa diante de um estranho com objetos ameaçadores, que são postos na garganta, no ouvido, no peito... Isso sem falar na injeção. Para minimizar o apavoramento que tanta novidade causa, brinquedos podem ser ótimos aliados.
• Creche e escola
É uma etapa difícil para qualquer criança: separar-se dos pais por períodos prolongados pela primeira vez. Os pequenos se sentem desprotegidos na fase de adaptação. Para seu filho ficar mais seguro, seja fiel aos horários. Esteja esperando por ele na hora da saída da creche ou da escola.
• Alimentação
A comida leva a um círculo vicioso muito comum. Os pais querem que a criança coma, mas a criança não quer comer. E, quanto mais eles forçam, pior fica a situação. Resultado: o pequeno trava à mesa. Tornar a refeição um momento descontraído é uma boa forma de diluir esse amedrontamento. Procure enaltecer os prazeres proporcionados pelos alimentos (isso vale mais do que festejar quando a criança come ou castigar quando recusa um alimento).
• Dor permanente
Costuma estar associada a doenças. Por exemplo, à intolerância a algum tipo de alimento, como o leite. As cólicas persistentes fazem com que a criança fique alarmada diante da comida. Nessa situação, não engane seu filho. Diga a verdade sobre a relação entre o alimento e a dor que sente. O pediatra sempre poderá ajudar você a traduzir para a linguagem do pequeno essa relação.
• Violência
É o tema mais difícil de abordar, mas infelizmente acontece com frequência. O pior é que essa causa tem a ver diretamente com os pais. Da negligência afetiva (mãe e pai que deixam os filhos emocionalmente desamparados porque estão sempre cansados do trabalho, por exemplo) à palmada, de ameaças a humilhações, todo tipo de sofrimento físico e psíquico causado à meninada pode gerar medo e marcar o pequeno pela vida toda.

Eles podem ser derivados de situações de medo real que a criança viveu ou aparecerem sem justificativa por causa da imaginação fértil das crianças. EscuridãoA falta de luz favorece a imaginação das crianças. Nesse cenário, vultos e sons podem ganhar dimensão e se transformar em figuras amedrontadoras na cabecinha delas. Alguns segundos no escuro antes de dormir, conversando com o pai ou a mãe, são uma forma de estimular a criança a vencer a inquietação. Deixar uma luz indireta próxima à cama também colabora. Ficar sozinhoNa cabeça da criança, a ausência de uma pessoa da família por perto pode significar que ela está à mercê de todos os perigos. Deixe absolutamente claro que ela não vai ficar desamparada e que você não vai desaparecer da vida dela! Mas fale sempre a verdade, de preferência olhando nos olhos dela. Diga ao pequeno que você vai, mas que volta.
Em geral, é aconselhável estimular a criança a enfrentar esse medo aos poucos. Isso faz com que ela desenvolva a autoconfiança e se sinta cada vez mais segura. É importante não confundir medo com birra. O choro pode ter vários significados. Um escândalo na porta da escola ou na casa da avó nem sempre é sinal só de pavor. Fique atento ao semblante da criança e procure acalmá-la sempre, conversando.
Fantasia
Monstros, fantasmas, bichos-papões e homens do saco sempre farão parte do imaginário infantil. Afinal, são elementos presentes nas historinhas que as crianças ouvem e assistem e nas brincadeiras que fazem. Esse universo lúdico é fundamental para o desenvolvimento dos pequenos ao estimular sua capacidade inventiva, função importante do pensamento. Mas ele também pode alimentar os chamados medos “inimigos”, principalmente quando os pequenos estão sozinhos ou no escuro. Nessa hora, a conversa e a brincadeira são as melhores ferramentas para ajudar meninos e meninas a lidar com suas fantasias. Exemplo: a sombra na parede pode se transformar em aliada no enfrentamento de medos (em vez de causá-los).

Terror noturno
É um medo patológico que, estima-se, atinge até 15% das crianças em idade pré-escolar. As causas não estão totalmente esclarecidas. O pequeno acorda sobressaltado durante a noite e demonstra estar mais apavorado do que o razoável, com semblante de terror. É difícil acalmá-lo. Ele praticamente não consegue acordar completamente durante a crise e costuma transpirar bastante. O coração também dispara. Em geral, a criança não se lembra do que a assustou ou tem apenas uma lembrança imprecisa de algo pavoroso durante o sono. Nesse caso, é importante sempre tranquilizá-lo sem gritos e buscar ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras.Medos reaisSão os chamados medos “amigos” porque protegem a criança dos riscos oferecidos por escadas, estranhos, animais, lugares altos, água, por exemplo. Devem ser estimulados com informação para que ela desenvolva a cautela sem exageros. Assim, terá a percepção do risco e a atitude de autoproteção, conseguindo enfrentar a situação de uma maneira menos sofrida.

Fonte: http://bebe.abril.com.br/

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