
CORRA COM PLANEJAMENTO
Lembra quando você passava a mão num par de tênis e simplesmente ia caminhar, sem nenhuma preocupação? Nem sonhe em fazer isso agora. “Os exercícios para a grávida necessitam de maior planejamento, já que acontecem mudanças fisiológicas e biomecânicas”, afirma Gizele Monteiro, professora de educação física da Método Mais Vida (SP), programa de exercícios focado em gestantes. Veja o que merece sua atenção:
IMPACTO: os quilos a mais que você vai ganhar, somados ao inchaço, vão aumentar o impacto da atividade sobre os joelhos, coluna e quadril.
O que mudar: tenha um supertênis, um modelo ideial para seu tipo de pisada e com amortecimento perfeito (seus pés estarão inchados também!). Antes de escolher um novo par, veja qual é o seu tipo de pisada. Se é pronada (a parte de fora do calcanhar, aquela contrária da parte mais próxima da outra perna, toca o chão, o pé inicia uma rotação para dentro e a pisada termina no dedão), se é supinada (o contrário da pronada: o calcanhar toca o solo e inicia uma rotação para fora e a pisada termina no dedinho) e a normal (a parte externa do calcanhar toca o solo, o pé incia uma rotação discreta para dentro e a pisada termina com a ponta do pé inteira tocando o chão). Algumas lojas possuem aparelhos que dão esta resposta, mas vale consultar um ortopedista.
MUSCULATURA: os hormônios relaxina e progesterona causam uma espécie de frouxidão dos músculos e ligamentos para que o corpo se torne mais elástico. O saldo, para quem pratica atividade física, no entanto, é uma maior fragilidade muscular. Em bom português: ficam mais suscetíveis a sofrer uma lesão séria, como romper um ligamento de joelho, caso não haja preparação adequada.
O que mudar: se você corre, precisa fortalecer a musculatura por meio de exercícios localizados ou musculação. Outro conselho que vale para qualquer gestante é se manter em dia com as sessões de alongamento, assim seu corpo se prepara para suportar o impacto da atividade.
Se você for corredora, evite parar um treino bruscamente. O organismo tem um mecanismo natural de defesa que pode levar a uma queda de pressão e até a um desmaio
FREQUÊNCIA CARDÍACA: há um aumento significativo do fluxo de sangue, o que exige mais vigor do coração. E não descuide da pressão.
O que mudar: use um frequencímetro (que mede a quantidade de batimentos. Muitos médicos limitam a intensidade do treino a 140 batimentos cardíacos, no máximo, por minuto). de qualquer maneira, consulte seu médico. Para evitar problemas com a pressão, modere o consumo de sal.
REFLEXOS: a sensação de viver em slow motion é sua companheira de todos os dias? De fato, os reflexos ficam mais lentos, o que significa que você não terá as reações rápidas o suficiente para se proteger numa queda, por exemplo.
O que mudar: prefira percursos asfaltados que você conheça. Esqueça a ideia de correr em pista de terra. “A partir do sexto mês é interessante que a gestante dê preferência às esteiras, terrenos acidentados são um perigo”, afirma Cristina de Carvalho, coordenadora Mais Mulher Consultoria Esportiva.
TEMPERATURA: ela vai estar mais alta.
O que mudar: preste atenção no calor que você sente durante os exercícios para não passar por algum mal estar e até desmaiar durante o treino. Evite horários em que o sol está a pino e beba muita água.
HIDRATAÇÃO: você vai precisar consumir mais líquido (cerca de 250ml a mais).
O que mudar: significa esvaziar um squeeze de água a mais do que o costume.
ALIMENTAÇÃO: comer coisas pesadas e de difícil digestão antes e durante o treino gera desconforto gástrico, assim como comidas gordurosas e proteínas.
O que mudar: antes do exercício consuma uma fonte de carboidrato, como pão integral. Após o exercício, se tiver fome e de acordo com a recomendação do seu médico, tome um pequeno lanche com fontes de proteína (queijo branco e peito de peru, por exemplo), uma de carboidrato e um suco. Se sentir tontura durante o treino pare devagar, e não bruscamente, e coma uma fonte de carboidrato ou fruta
Fonte: Revista crescer
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