10. Minha filha vive dando escândalos em locais públicos, como o shopping. Como devo repreendê-la?
Para Maria Irene Maluf, as crianças com esse tipo de comportamento recorrente são criadas sem limites e se sentem carentes de afeto e atenção. “Por não se sentirem amadas, elas tentam cada vez mais a chamar a atenção dos pais.” Isso não quer dizer que os pais não as amem, apenas que não estão sabendo demonstrar isso.
Outro razão é que muitos pais também não conseguem entender o papel da frustração e temem não ser amados se não fizerem tudo pelos filhos. “Acabam criando pessoas que não se satisfazem com nada”, afirma Maria Irene Maluf.
Numa situação com essa, a pedagoga aconselha tentar acalmá-la, abaixando-se para conversar na mesma altura que ela. Se não resolver, pegue a criança e leve-a para o carro, para casa, espere que ela se acalme e aí converse.
11. Quando não quer um objeto ou uma comida, meu filho reage jogando o prato ou o brinquedo longe. O que eu faço?
Preste atenção na maneira como você e sua família agem. Ataques de raiva não são privilégio das crianças, aliás, elas aprendem com os adultos. “Tive um paciente que costumava atirar o prato pela janela quando não queria comer. Depois de várias sessões em que os pais negavam que esse tipo de comportamento fosse comum em casa, descobri que o avô costumava agir assim quando estava irritado, jogando o que estivesse à mão pela janela do apartamento”, diz Maria Irene. Portanto, atenção: você está sendo vigiado e seus atos e palavras serão copiados por seus filhos. “A educação é para ser servida como exemplo e cobrada diariamente, minuto a minuto. Não adianta dizer uma vez ‘não faça isso’ e achar que é suficiente. É preciso repreender sempre, com uma voz firme e séria”, diz a pedagoga.
12. Na hora de brincar, meu filho prefere bonecas e roupas de menina aos carrinhos e roupas masculinas. Há algum problema nisso?
Segundo Vera, nenhum problema. “Brincar exercita a fantasia e é a forma de descarregar no mundo imaginário o que não podem fazer na vida real. Todos os meninos acabam brincando de boneca, que nada mais é que o exercício de cuidar, mesmo que o façam com o ursinho de pelúcia.”
13. Meu filho gosta de brincar de matar as pessoas. Por muito tempo, evitei comprar armas de brinquedo, mas ele transforma qualquer objeto em revólver. Devo manter a proibição?
Na opinião de Vera, as pessoas confundem o mundo da fantasia e a realidade. “Matar na brincadeira, como no videogame, é apenas uma maneira de lidar com a agressividade, podendo destruir de mentirinha. O que não pode é sair por aí batendo nos outros”, acredita ela.
14. Meu filho é muito tímido, tem vergonha de brincar com outras crianças. Como posso incentivá-lo a interagir com os outros?
Ser introspectivo, mais quieto, com poucos amigos, não é um problema, mas um temperamento, e faz parte da personalidade. “A extroversão também pode ser uma fonte de angústia. Os pais só devem se preocupar se a criança não consegue se relacionar, participar de brincadeiras coletivas ou não gosta de estar com outras pessoas”, explica Vera. Nesse caso, é preciso buscar a ajuda de um profissional.
Mas, se é apenas timidez, é bom incentivá-lo a brincar com outras crianças, chamar os coleguinhas para passar a tarde na sua casa, deixar que ele faça seu pedido no restaurante, pequenos gestos que podem ajudá-lo a se comunicar melhor.
15. Às vezes, faço chantagem para convencer meu filho a tomar banho ou trocar de roupa. Estou agindo corretamente?
Tomar banho, escovar os dentes, sentar-se à mesa para comer e tomar vacina, segundo Vera, são obrigatórios. “Mas, por volta dos 2 anos de idade, por exemplo, a criança começa a reivindicar a posse sobre o próprio corpo, até então cuidado somente pelos outros. Uma sugestão para quando ela não quer tomar banho é fazer o jogo da autonomia, dando ferramentas e negociando: você compra uma esponja bacana, um sabonete especial e deixa que ela se lave sozinha, com sua supervisão. Em troca, uma vez por semana você dá aquele superbanho.”
Na hora de se vestir, também é importante deixar a criança escolher. “Só não dá para deixar sair no calor com calça de veludo ou descalça no inverno.”
16. Quando saio com meu filho, ele sempre me pede para comprar algo (um brinquedo, por exemplo). Se não compro, ele faz um escândalo. Como devo agir?
Segundo Maria Irene, aos 2 anos de idade, a criança acredita que tudo é dela. Aí os pais a levam para um lugar encantador, como uma loja de brinquedos. Coloque-se no lugar do pequeno e imagine-se num lugar com tudo que você mais gosta sem poder levar quase nada. Para evitar a cena, ela recomenda conversar com o pequeno antes de sair de casa e definir se vai haver novas aquisições.
17. Quando saio para jantar fora, meu filho não para quieto na mesa. Fica correndo pelo restaurante e incomoda a todos. Devo repreendê-lo?
Sem dúvida nenhuma. “Quer coisa mais desagradável do que crianças gritando e correndo em volta da mesa de pessoas desconhecidas? E há pais que simplesmente não se mexem, acham que o mundo todo tem de tolerar a bagunça de seus filhos”, diz Silvia Amaral. Claro que não é preciso fazer um drama se eles derramarem a bebida na mesa, mas é preciso que saibam respeitar limites e isso se aprende em casa, todos os dias. “Os pais só devem levar os filhos a restaurantes se eles tiverem noções de conveniência”, acredita Silvia.
É muito importante também observar se o restaurante é indicado para crianças. “Um lugar com pouca luz, onde os casais vão para namorar, definitivamente não foi pensado para receber a molecada. O mais apropriado são restaurantes descontraídos, mas a simplicidade não é desculpa para deixar os pequenos se pendurarem nos lustres e se esconderem debaixo das mesas dos outros.”
Outra estratégia é: “O brinquedo custa o mesmo que a festa que eu daria no seu aniversário, o que você prefere? Você também pode sugerir que ela escolha vários e deixe para você decidir, fazendo uma surpresa depois”, diz Maria Irene Maluf.
Vera diz que, a partir dos 2 anos de idade, a criança já está ligada no que pode ou não comprar. “Fica difícil para ela aceitar porque para os pais também é muito complicado não poder consumir o quanto gostariam. E o pior é que muitas vezes, feridos no próprio orgulho e sentindo-se culpados por não estarem mais presentes, acabam cedendo e se atolando em dívidas.”
Por Angela Senra / Produção Andrea Silva
Minha filha de 03 anos e meio vivi fazendo xixi na calça. O que devo fazer
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