segunda-feira

Estudo diz que dieta low carb aumenta a fertilidade

Macarrão integral (Foto: Thinkstock)
Para quem está tentando engravidar ou fazendo tratamento de fertilização toda, e qualquer notícia, é de extrema relevância principalmente quando a notícia traz indícios positivos. O estudo liderado pela empresa britânica Balance Fertility pesquisa e analisa o estilo de vida e os fatores subjacentes à infertilidade e revela que uma dieta baixa em ingestão de carboidratos pode aumentar significativamente as chances da mulher engravidar, principalmente as que farão fertilização.

Médicos de clínicas americanas e britânicas dizem que uma porção de carboidrato por dia é o limite e aconselhou cortar todos os pães brancos, macarrão e cereais de café da manhã. Alguns aconselham a mudar radicalmente a dieta. Os níveis elevados de carboidratos, especialmente os refinados, são conhecidos por afetar as funções metabólicas do organismo e podem alimentar a obesidade, o que, por si só, reduz a fertilidade.
A dra. Gillian Lockwood, diretora médica da Midland Fertility em Tamworth, Inglaterra, onde mais de 6.500 bebês já nasceram, destacou pesquisas onde mulheres com menor consumo de carboidratos tinham quatro, até cinco, vezes mais chances de sucesso em relação as dietas padrão. A médica, que é defensora da preparação para a fertilidade, disse que aconselhou todas suas paciêntes a diminuirem o consumo. "Elas devem comer muitos vegetais frescos e proteínas e limitar a ingestão de carboidratos para apenas um grupo e uma porção diária”, fala em entrevista ao jornal britânico The Telegraph.

“A dieta típica de hoje é uma das bases dos problemas de fertilidade”, diz ela. "A comida moderna é muito rica em carboidratos, saborosa e barata, por isso é fácil ver por que as pessoas costumam comer muito. Mas também é muito pobre em nutrientes", acrescentou.
O professor Adam Balen, presidente da British Fertility Society, também em entrevista ao jornal The Telegraph, diz que a dieta tem um grande impacto nas chances de concepção e na qualidade do óvulo e, cada vez mais, parece que os carboidratos desempenham um papel particular.

Por aqui, temos opiniões diversas. O dr. Paulo Gallo de Sá, Professor da UERJ e chefe do Setor de Infertilidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ, médico especialista em reprodução humana assistida e diretor médico do Vida - Centro de Fertilidade, diz que diretamente e de forma tão acentuada como o estudo apresenta, nenhum alimento tem tanta influência num processo de fertilização como aponta sobre o carboidrato. “Os estudos nesta área são muito controversos, pois quando falamos de infertilidade conjugal estamos falando de um problema multifatorial que pode estar associado a diversos problemas como fatores genéticos, anatômicos, infecciosos, hormonais, endometriose entre outros”, explica. “Desta forma, fica muito difícil avaliar separadamente a influência de determinados alimentos. Individualmente, é muito difícil mensurar esta interferência, pois além das interferências externas, a capacidade reprodutiva depende também de características genéticas próprias de cada indivíduo. Desta maneira, em casais altamente férteis, a interferência alimentar será menos pronunciada e percebida, enquanto naqueles casais com fertilidade diminuída, os fatores alimentares poderão interferir de forma mais perceptível e até impedir a gestação”.

“Sabemos que uma alimentação balanceada, evitar o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas, fazer atividade física regular e manter hábitos de vida saudáveis são fatores importantes para o bom funcionamento de todos os órgãos e tecidos. Não seria diferente para os órgãos relacionados à reprodução”, explica. “O consumo de alimentos industrializados, ricos em conservantes e carboidratos, muito utilizados pela cultura ocidental pode interferir nas taxas de gestação, principalmente porque induzem à obesidade (que interfere nos hormônios que controlam a ovulação) e pioram a qualidade da vascularização dos tecidos, diminuindo o aporte de oxigênio aos ovários e útero, podendo interferir na qualidade dos óvulos e do endométrio onde o embrião irá se implantar.

As pesquisas estão aí, mas o alerta é para cultivar hábitos saudáveis não somente em relação aos alimentos, mas também evitar o consumo de bebidas alcoólicas, fumo, excesso de cafeína, evitar o sedentarismo, evitar o estresse físico e mental e procurar dormir pelo menos 6 a 8 horas por noite.

Fonte: revista Crescer

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