quinta-feira

Pais controladores e o impacto na vida dos filhos

Estudo inglês aponta os impactos negativos do comportamento controlador dos pais no futuro das crianças

O melhor seria dar todo o apoio possível sem tirar a liberdade e a autonomia das crianças (Foto: Thinkstock)
Uma pesquisa recente da Universidade College London, na Inglaterra, sugere que filhos de pais controladores demais tendem a se tornar adultos menos felizes e com dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Participaram do levantamento 5 mil voluntários, que responderam a 25 perguntas sobre como era seu relacionamento com os pais desde a infância até os 16 anos. Os pesquisadores observaram que as respostas mais positivas estavam associadas a altos índices de cuidado e baixo controle psicológico por parte dos pais. Ou seja, o melhor seria dar todo o apoio possível sem tirar a liberdade e a autonomia das crianças.

“Mesmo bem intencionados, os pais muitas vezes não se dão conta de que estão sendo controladores. É mais fácil saber o tempo todo onde o filho está, com quem brincou e o que comeu”, comenta a psicóloga Rita de Cássia Louf, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). O ideal, segundo a especialista, é sempre ponderar se existe mesmo algum risco para a criança ou se o controle é apenas um conforto para os pais.

Um comportamento controlador, segundo o estudo, inclui não permitir que a criança tome decisões, não deixar que ela tenha opinião própria, invadir a privacidade dela de alguma maneira ou mesmo estimular a dependência dos pais. Rita ressalta que o extremo oposto disso, a liberdade sem limites, também não é saudável. Mas é importante dar espaço para que ela possa desenvolver confiança em si mesma e nas suas capacidades.

Como dar autonomia desde cedo?
Os especialistas recomendam sempre respeitar e ouvir o que a criança tem a dizer – o que não significa atender a todos os seus desejos. Permita também que ela realize atividades que condizem com a sua idade, como comer sozinha, limpar o que sujou e ajudar guardar os brinquedos. Está certo que dá mais trabalho fazer junto, porque ela ainda está aprendendo. Mas isso ajuda bastante no desenvolvimento do senso de responsabilidade. Então vale ser paciente.

Um bom exercício é se questionar diante das situações. Por exemplo, será que não deixar meu filho dormir na casa do amigo é o mais cômodo para mim ou o melhor e mais seguro para ele? Estou agindo dessa forma para não ter de lidar com uma atitude mais ativa e contestadora? “Também é fundamental saber dizer não quando necessário e observar os sinais que a criança dá, o que fala, se parece satisfeita e contente”, diz Rita de Cássia. Se houver qualquer excesso no comportamento, seja de agressividade ou passividade, pode ser um sinal de alerta e merece ser investigado.


Fonte: revista Crescer

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