quinta-feira

Quando a mulher se torna mãe?

Para algumas, essa sensação surge antes mesmo de o bebê nascer, enquanto outras somente após o parto, ao cuidar do filho. Veja como estreitar os vínculos desde o princípio

Desde a gravidez, seja em um exame do pré-natal ou na hora do parto, os profissionais de saúde já se referem à mulher como mãe. O que pode soar estranho, pois nem sempre ela se sente assim – ou seja, mãe – logo de cara. Se você está nesse grupo, não se preocupe, o estranhamento inicial da gestação é normal e esperado. “Toda gravidez produz uma situação de maior ou menor conflito entre uma tendência maternal e outra de rejeição”, explica a psicóloga Marie Jacqueline de Vicq de Cumptich, coordenadora técnica de Saúde Mental do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Afinal de contas, as mudanças que vêm por aí serão inúmeras.

A cada etapa da gestação, de acordo com a psicóloga, a mulher terá de lidar com angústias específicas. Enquanto no primeiro trimestre pode surgir o medo do aborto espontâneo, no segundo há preocupação com o desenvolvimento e a movimentação do bebê. Já, no final da gravidez, a proximidade do parto tende a ser motivo de ansiedade. A maneira como ela irá enfrentar tais sentimentos, o que varia conforme a mulher, vai permitir um grau maior ou menor de consciência da maternidade, segundo Marie Jacqueline.

Existe uma diferença, porém, entre a mãe idealizada e a real. “A primeira é fruto das expectativas da mulher em relação à maternidade, somada à experiência da figura materna que ela teve”, afirma a psicóloga Flávia Fernandes, da Clínica Gestarte, especializada em gravidez e maternidade, no Rio de Janeiro. A segunda, de acordo com a especialista, surge com o nascimento do bebê. “Ela tem traços da mãe ideal, aquela que a mulher imaginou que seria. Mas, aos poucos, as experiências do dia a dia vão moldando e construindo a mãe real, dentro do possível, por assim dizer”, completa.

Como fortalecer o vínculo desde a gestação

O vínculo entre mãe e bebê desde a gravidez vão fortalecer a ligação de ambos após o nascimento, o que terá impacto especialmente no desenvolvimento emocional da criança. Algo que a psicanalista Joanna Wilheim, autora de O que é Psicologia Pré-Natal (Ed. Casa do Psicólogo), chama de “investimento afetivo”. Confira algumas estratégias simples que podem ajudar:

- Fale com o bebê. Sabia que ele já pode ouvi-la desde a 20ª semana de gravidez? E há chances de reconhecer a voz dos pais quando recém-nascido. Vale ler e cantar para ele também!

- Acaricie sua barriga e convide o pai a fazer o mesmo. Pesquisas mostram que o apoio dele e do resto da família influenciam o apego entre mãe e filho positivamente.

- Reflita sobre o relacionamento com sua própria mãe: o que deu certo e o que deu errado?

- Se possível, escolha um horário do dia para relaxar e “curtir” sua barriga.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/

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