domingo

Excesso de fast-food está associado a risco de asma e alergia, diz pesquisa


Confira outros problemas menos aparentes que esse tipo de alimentação pode trazer para a saúde do seu filho

Andressa Basilio


Hambúrguer, batata frita, refrigerante, salgadinho... é difícil manter as crianças longe dessas guloseimas, mesmo sabendo que elas fazem mal para a saúde delas. Mas saiba que além de elevar os riscos de obesidade infantil, o consumo desses alimentos pode trazer muitos outros perigos. 
O mais novo estudo sobre o assunto foi publicado este mês na revista científica Thorax. Ao observar os dados de 500 participantes (crianças entre 6 e 7 anos e adolescentes entre 13 e 14 anos) de pesquisa realizada em mais de 50 países sobre asma e alergias, especialistas das universidades de Auckland, na Nova Zelância, e Nottingham, no Reino Unido, descobriram que crianças que consumiam fast-food pelo menos três vezes por semana, aumentavam em 27% suas chances de ter asma e alergias, como conjuntivite, dermatite e rinite. Entre os adolescentes a probabilidade subiu para 39%.

Apesar de as conclusões ainda não estarem claras, os pesquisadores acreditam que a causa disso é principalmente a gordura saturada presente nesses alimentos, como explica a pneumologista pediátrica do Hospital das Clínicas e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Lídia Torres: “O excesso de gordura saturada no organismo prejudica o sistema imunológico e deixa o corpo mais suscetível a infecções e inflamações”.
Outros perigos escondidos
Para a pediatra especializada em nutrologia Denise Lellis, do Hospital das Clínicas (SP), além de exacerbar os sintomas que as crianças já estão predispostas a ter, como é o caso das alergias, e de estar intimamente relacionado também à obesidade infantil, diabetes tipo 2, hipertensão e problemas no coração, o fast-food também está associado a problemas menos aparentes. 
“As crianças que consomem muito fast-food e se alimentam mal, deixam de ingerir alimentos mais saudáveis e acabam com quadro de deficiência vitamínica. A falta das vitaminas A, B e as do complexo zinco podem gerar desânimo e mudar a rotina da criança”, explica Denise. 
Um estudo anterior mostrou que até o desempenho cognitivo da criança pode sofrer influência de uma alimentação desregrada. Especialistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, analisaram o histórico escolar de 5.500 crianças entre 10 e 11 anos e descobriram que as que consumiam fast-food em excesso tinham notas mais baixas em testes de leitura e matemática.
Para dar um exemplo da importância dos nutrientes para o desenvolvimento da criança, o ômega-3, encontrado nos óleos de peixes marinhos, como atum, pescada e sardinha, participa da formação dos neurônios e transmissão de impulsos nervosos. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda o consumo de peixe fresco pelo menos duas vezes por semana.


Cuidado com os excessos 
Ok, fast food faz mal, mas isso não significa que você e sua família nunca mais vão poder se deliciar com um hambúrguer daqueles. O que não pode acontecer é a exceção virar um hábito. De acordo com a pediatra, o excesso, nesses casos, significa substituir uma das refeições por ‘besteira’ três vezes na semana. Mas, atenção: fast food não tem só em restaurante. Os salgadinhos, bolachas, hot dogs, refrigerantes que são consumidos em casa também entram na conta e precisam ser controlados.
Se a criança tem o hábito de comer muita ‘porcaria’, é hora de rever esse hábito e pensar em uma solução. Aos poucos a família pode começar a introduzir alimentos mais saudáveis nas refeições das crianças. "Colocar cenoura ou abobrinha no meio do macarrão ou da carne moída pode ser um bom começo. Levar a criança para fazer as compras de verdura e vegetais pode aguçar a curiosidade delas e fazê-las enxergar que existem outras opções além de salgadinhos e bolachas", explica a nutróloga.
Mas para que qualquer troca de hábito comece a dar certo em casa, não adianta só falar ou pedir. Você também precisa dar o exemplo e diminuir o consumo de alimentos industrializados, combinado?

Fonte: Revista Crescer

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