terça-feira

Esperar pelo menos três minutos para cortar o cordão umbilical traz benefícios para crianças

Estudo comprova benefícios ao se esperar alguns minutos para cortar o cordão umbilical (Foto: Shutterstock)
Um novo estudo mostrou que esperar pelo menos três minutos para clampear o cordão umbilical após o parto pode melhorar a coordenação motora fina e habilidades sociais das crianças. A pesquisa, realizada pela Universidade Sueca de Uppsala, analisou 263 crianças suecas de 4 anos de idade nascidas de mães saudáveis.

Elas foram divididas em dois grupos. Um teve o cordão umbilical clampeado em menos de 10 segundos e no outro, o clampeamento ocorreu em um intervalo de pelo menos três minutos depois do parto. As crianças passaram por testes motores e responderam a questionários para medir suas habilidades sociais. O grupo em que houve a espera foi melhor avaliado nas atividades. As diferenças mais significativas apareceram entre os meninos, que nascem com uma quantidade de ferro naturalmente menor no organismo do que as meninas, segundo a pesquisa.

De acordo com Alessandra Bedin, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein (SP), não existe uma norma oficial no Brasil em relação ao assunto. “Para os bebês saudáveis, que nascem no tempo normal, há uma recomendação para que os obstetras esperem pelo menos dois minutos ou até o cordão parar de pulsar para fazer o clampeamento. Porém, não é uma norma”, afirmou.

Espera para cortar o cordão deve ser avaliado caso a caso
O principal benefício de aguardar para clampear o cordão é que, durante esse intervalo, parte do sangue rico em ferro que está nele é transmitido para o organismo do bebê. Segundo Alessandra, essa é uma das maneiras mais simples de prevenir a anemia na infância.

Porém, para os prematuros, a situação é diferente e ainda existe muita discussão sobre os possíveis riscos de se esperar para fazer o clampeamento do cordão. Segundo Sérgio Luz, obstetra e ginecologista, é preciso avaliar caso a caso. “Em bebês prematuros pode ser que não haja maturidade hepática e receber uma grande quantidade de hemácias através do cordão pode provocar icterícia”, disse.

A icterícia é uma condição que costuma regredir naturalmente, porém, em casos graves, a bilirrubina, substância tóxica presente no sangue -- que o fígado não consegue metabolizar por não estar maduro --, pode se instalar no cérebro e até levar provocar a morte do recém-nascido. Outras situações em que o cordão deve ser cortado imediatamente incluem casos em que a mãe possua uma doença transmissível pelo sangue, como HIV e Hepatite B, e quando é necessário reanimar o bebê.

Mas acalme-se! Segundo Sérgio Luz, esses casos são raridade. “Na grande maioria dos casos, os benefícios superam e muito os riscos. Em situações normais, não há possibilidade de que a espera para fazer o clampeamento prejudique o bebê”, disse. Como não existe uma norma oficial, é sempre bom que as mães conversem com o médico sobre o assunto.

Fone: http://revistacrescer.globo.com/

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