quarta-feira

10 coisas que podem atrapalhar a alimentação do seu filho



Ausência de rotina

O nosso organismo funciona em ciclos, ou seja, há momentos em que sentimos fome, sono... O dia a dia na vida em sociedade se adaptou a tais necessidades. E, assim como é preciso ensinar a criança a dormir nos horários certos, uma rotina alimentar também deve ser estabelecida para o bem-estar do seu filho. Até porque, ele ainda não sabe discernir que o incômodo que está sentido é fome ou sono, por exemplo, o que pode deixá-lo irritado e ansioso.

Muitos lanches entre as refeições

Às vezes, o motivo que faz com que a criança não coma na hora do almoço é o fato de petiscar a manhã inteira. O ideal é se alimentar de três em três horas, como você já deve ter ouvido. Assim, além das refeições principais, seu filho precisa de um lanche no período da manhã e outro à tarde. Mas sem exageros: os lanches são apenas combustíveis para ele aguentar até a próxima refeição. Se comer demais, nunca saberá quando está com fome ou satisfeito, o que pode levar à obesidade ainda na infância.

TV, tablet, celular e outras distrações à mesa

Muitos pais fazem qualquer coisa por mais uma colherada. Acontece que, se estiver entretida com outras atividades na hora do almoço, sejam jogos ou desenhos, a criança não saberá o que e quanto está comendo. Isso sem falar nas inúmeras propagandas de fast-food e comidas industrializadas às quais ela será exposta na TV e na internet. Pesquisas mostram, aliás, que o risco de obesidade é proporcional ao tempo dedicado à TV e outras telas – reduzir o hábito é, portanto, uma estratégia para combater a doença no futuro.

Porções exageradas

O estômago, quando vazio, aproxima-se ao tamanho do nosso punho fechado. Por isso, nada de encher demais o prato do seu filho e obrigá-lo a comer tudo. Pode até caber, mas ele se sentirá desconfortável ao final. E o que é pior: isso atrapalha a percepção dele de saciedade. Já os maiores, a partir dos 6 anos, podem ser incentivados a servir o próprio prato. A prática faz com que se comprometam a comer o quanto eles mesmos serviram.

Tomar líquido durante as refeições

Se encher o estômago com líquido antes de comer, seu filho não irá ingerir o que precisa para se desenvolver com saúde. O motivo é simples: não há espaço ali para tudo isso. O ideal é deixar a bebida – água, de preferência – para o final. Até porque, se tiver o hábito de beber líquidos ao longo do dia, ele dificilmente terá sede justo na hora do almoço ou do jantar. Outro problema é que o líquido ajuda a “empurrar” o alimento para dentro, interferindo na mastigação e, por consequência, na digestão.

Comer sozinho

Inúmeros estudos comprovam os benefícios das refeições em família. Um deles, da Universidade Estadual de New Jersey (EUA), sugere que as crianças que comem mais vezes com os pais tendem a consumir mais vegetais, vitaminas e fibras e têm o IMC (Índice de Massa Corporal) mais saudável, por exemplo. Por isso, o hábito já pode ser incentivado desde cedo, quando o bebê ainda se alimenta no cadeirão.

Falta de atenção

Se a criança faz birra para comer, há chances que queira chamar a atenção dos pais. Antes de brigar ou simplesmente ignorar, é preciso descobrir o que está por trás do comportamento: rotina desorganizada, angústia por conta de algum desafio ou mesmo falta dos pais?

Leite em vez de comida

Caso a criança rejeite o almoço, nada de oferecer leite (ou outra coisa que ela queira comer) na sequência. Explique que o lanche será somente dali a três horas. Do contrário, ela vai entender que pode substituir a refeição pela mamadeira automaticamente. Tenha em mente que, se ela tem fome o suficiente para tomar o leite, então, é porque está com fome. Portanto, uma hora tem de comer.

Pouca variedade

Todo mundo enjoa de comer a mesma coisa sempre. Um prato colorido, além de nutritivo por conter uma maior diversidade de vitaminas, é mais atraente ao paladar. Isso não significa que você tenha de fazer desenhos com os legumes diariamente. Mas que tal incrementar algumas receitas com substituições saudáveis (iogurte natural por creme de leite, por exemplo) para variar o cardápio? Outra medida que funciona é levar seu filho à feira ou ao supermercado para ajudar na escolha das frutas e vegetais, aumentando as chances de ele provar alimentos diferentes.

Chantagens e prêmios

A fome é uma necessidade fisiológica, assim como a vontade de fazer cocô. O exemplo serve para entender como é absurdo fazer chantagem para forçar alguém a cumpri-la. Em vez disso, desde cedo, temos de ensinar aos pequenos a importância de comer bem em uma linguagem que eles compreendam. Seu filho pode não saber o que é pirâmide alimentar, mas com certeza vai entender que um prato colorido está cheio de vitaminas que vão fazê-lo ficar forte. Nesse contexto, o ideal é que ele aprenda que tem de comer para crescer bem – e não porque vai ganhar algo material em troca. Nada impede, entretano, que você elogie as “habilidades” dele, como provar alimentos novos, mastigar devagar. Lembre-se de que as crianças aderem com mais facilidade a algo que lhes dê prazer, como um jogo. Então, se o ambiente ao redor da mesa for descontraído e sem brigas, você provavelmente não vai precisar lançar mão de tais recursos (chantagens e prêmios).

Fontes: Dyandra Caron dos Santos, nutricionista do Centro de Obesidade Infantil do Hospital Infantil Sabará. (SP); Elisabete Almeida, nutróloga, diretora do programa Meu Prato Saudável, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP; Karine Durães, nutricionista especializada em pediatria; Silvana Rabello, psicóloga infantil, da PUC-SP (SP)
Revista Crescer

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