segunda-feira

Os primeiros movimentos do bebê

Carinho e interações simples ajudam o cérebro do bebê a se desenvolver melhor e fortalecem o vínculo familiar

Você já parou para pensar sobre a importância do contato para o desenvolvimento do seu filho? (Foto: Thinkstock)
Uma música, um carinho, uma massagem. Você sabia que iniciativas tão simples como essas fazem bastante diferença no cérebro do seu filho? Isso acontece porque ali dentro da cabecinha dele moram trilhões de células: os neurônios, que se interligam uns aos outros o tempo todo. Porém, essas conexões ficam mais intensas quando a criança está inserida num ambiente rico em cores, sons, aromas, movimentos e, principalmente, amor.

O mais novo estudo que comprova essas afirmações veio da Universidade de Nova York. Por meio de uma análise combinada de hábitos de mães e escaneamento de ondas cerebrais de recém-nascidos, os resultados mostraram que os neurônios dos bebês se multiplicam mais rápido quanto maior a presença da mãe. A explicação mais provável é que, geralmente, é da figura materna que partem os primeiros carinhos e cuidados – além da amamentação e sua característica de aconchego e segurança.

É claro que todos da família podem também desempenhar papel fundamental na formação de uma criança, especialmente se estiverem engajados em dar suporte ao desbravamento desse admirável mundo novo para o bebê. Pensando nisso, o Programa de Saúde Infantil da Califórnia escreveu uma cartilha para cuidadores, na qual são tiradas três principais lições: (1) bebês têm necessidade biológica e desejo de aprender coisas novas; (2) a rede fundamental de sinapses (as ligações) do cérebro está praticamente completa após os primeiros três anos de vida; e (3) quanto mais experiências adequadas à idade, sejam elas física, social ou emocional, uma criança tem, mais circuitos são construídos no cérebro para melhorar a aprendizagem no futuro.

Agora que você já sabe o tamanho da sua responsabilidade, a CRESCER pediu ajuda ao especialista Geraldo Henrique Soares da Silva, do Departamento de Pediatria da Unesp de Botucatu (SP), para elencar uma série de atividades simples para você estimular o seu filho nos primeiros meses de vida. Veja a seguir:

Faça contato visual
Aproveite os raros momentos nos quais os olhos do seu bebê estão abertos para deixar que seu filho olhe para você. Vale lembrar que um recém-nascido só enxerga de 20 a 30 centímetros de distância e ainda meio embaçado. Por isso, aproxime-se para que ele te reconheça. Assim, toda vez que ele te olhar, estará construindo uma memória.

Exagere nas expressões faciais
Com a visão embaçada do recém-nascido, as expressões faciais se sobressaem. Além disso, estudos mostram que por volta de 1 mês, a criança já é capaz de imitar movimentos faciais simples, como colocar a língua para fora da boca. Que tal brincar com isso? Pisque, mexa o nariz, abra bem a boca. Ele pode não conseguir fazer nada disso, mas vai se entreter com o seu rosto engraçado.

Apresente objetos coloridos
Também a partir do primeiro mês, o bebê já consegue focalizar com os dois olhos. Aos 3 meses, a diferença entre cores vai ficando mais clara, principalmente se houver contraste. Mostrar objetos ou brinquedos com tons mais fortes ou cheios de contrastes, como preto e branco, ajuda no desenvolvimento da visão. Se eles tiverem texturas diferentes, melhor ainda! Assim, o tato começa a ser trabalhado também.

Bata vários papos
Os pais costumam falar com seus filhos mesmo quando estão na barriga. Depois que nasce, as conversas, mesmo que o seu interlocutor não emita mais do que dois sons, aceleram o aprendizado da fala e ajudam a pegar ritmo. O ideal é se comunicar mais com o bebê em momentos que ele estiver mais atento, assim ele se concentra mais nos sons das palavras. Uma dica importante: você pode variar o tom para falar com o seu filho, isso cria uma ligação afetiva e o ajuda distinguir quando você está zangado ou feliz, mas evite falar como um bebê, trocando letras e infantilizando as palavras. Isso pode confundi-lo, afinal, a criança é ele.

Cante ou coloque uma música
Uma canção é poderosa para a memória. Alguns estudos mostram que as bandas favoritas de adultos são aquelas que eles escutavam na época da infância, indício de forte ligação afetiva. Separe uns minutinhos do seu dia para ouvir músicas diferentes com o seu filho ou até mesmo cantar para ele, só vai despertar bons sentimentos que se estenderão por muito tempo. E, claro, recorra ao seu bom senso para não colocar o som muito alto.

Posicione-o em frente ao espelho
Que criança não gosta de se olhar no espelho? Mesmo que não faça a mínima ideia de quem está refletido ali – o mais normal é que esse reconhecimento aconteça entre os 10 e os 18 meses –, o espelho trará um mundo de descobertas. Não se espante se os primeiros gritinhos começarem quando seu bebê estiver diante do próprio reflexo. É que ele, certamente, vai amar conhecer aquela fofurinha ali espelhada. Só não deixe de lado a segurança no momento da interação, viu?

Faça leves cócegas
No queixo, nos dedinhos dos pés, embaixo do pescoço... fazer o seu filho gargalhar não deixa de ser um primeiro passo para o desenvolvimento do senso de humor, tão importante para encarar a vida.

Acaricie e massageie
O banho, a troca de roupa e de fralda, a hora de enxugar. Esses também são momentos de aprendizado para o seu filho. Pelo toque, ele vai aprendendo a entender sensações e desenvolver o próprio tato. Você também pode ir nomeando as partes do corpo dele para que ele vá se familiarizando.

Brinque, brinque e brinque
Quer melhor jeito de divertir o seu filho – e você mesmo? As brincadeiras “Serra, Serra, Serrador” e “Cadê o Bebê?” são algumas das preferidas dos pais. Só tome cuidado com movimentos bruscos para não machucar ou assustar a criança. Ler ou contar histórias também entram nessa categoria. Tanto as brincadeiras quanto as histórias vão ajudar, mais tarde, a aguçar a imaginação.

Prepare o descanso
Desligue tudo. O cérebro do seu bebê também precisa de descanso para absorver tudo o que viu durante suas explorações diárias. Além das sonecas, passar alguns minutinhos em silêncio com o seu filho vai fazer muito bem, inclusive para você.


Fonte: revista crescer

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