quinta-feira

Surto de sarampo na Disney da Califórnia é um alerta sobre a importância da vacinação

Saiba o que fazer se você já tem viagem marcada para este destino

Disney California Adventure Park (Foto: Reprodução)
A Disneylândia está em alerta. No parque mais antigo da Disney, situado em Anaheim, Califórnia, e no parque adjacente, o Disney California Adventure Park, autoridades tentam tranquilizar os visitantes em meio a um surto de sarampo. Desde o final de dezembro, foram contabilizados 70 casos da doença, associados à passagem pelo complexo da Disney.

Segundo o vice-diretor do departamento de saúde da Califórnia, Gil Chavez, crianças e adultos que já foram imunizados contra o sarampo podem ficar tranquilos. "Mas se você não for vacinado, deve se preocupar", recomenda. Ou seja, como a vacina só pode ser tomada a partir do primeiro ano de vida, é melhor que bebês com menos de 12 meses fiquem longe da Disneylândia -- assim como todos aqueles (adultos e crianças) que não foram imunizados contra a doença.

Segundo autoridades, o surto pode ter começado com um visitante doente que provavelmente visitou o parque entre os dias 15 e 20 de dezembro. De acordo com dados oficiais do National Center for Immunization and Respiratory Diseases (NCIRD), os Estados Unidos registraram 644 casos da doença em 2014, distribuídos em 27 estados. À primeira vista, pode não parecer muito, mas é bastante se considerarmos o percentual de crescimento do número de casos da doença. Em 2000, o sarampo havia sido declarado extinto no país. Entre 2000 e 2007, foram registrados uma média de 63 casos ao ano. Já, em 2008, esse número mais do que dobrou: foram 131 ocorrências reportadas ao Centro de Controle de Doenças e Prevenção (Centers for disease Control and Prevention).

No Brasil, a vacina que protege contra o sarampo é a tríplice viral, oferecida gratuitamente nos postos de saúde. A primeira dose deve acontecer com 1 ano e o reforço, por volta dos 18 meses. A vacina também protege contra a rubéola e a caxumba.

Sarampo
A doença é provocada pelo Morbili vírus, que pode ser transmitido por secreções produzidas nas vias respiratórias, eliminadas pela tosse e espirro. O principal sintoma da doença são  manchas avermelhadas pela pele, além de febre, tosse, conjuntivite, moleza, coriza, falta de apetite e manchas brancas na parte interna das bochechas. Em gestantes, a doença é especialmente grave, pois pode provocar parto prematuro e até mesmo aborto. O Brasil não tem transmissão autóctone do sarampo (dentro do país), apenas casos importados que, às vezes, podem gerar uma contaminação secundária.  A única forma de prevenção da doença é por meio da vacina.

Tenho viagem marcada. E agora?
Para tirar dúvidas de quem já está com a passagem comprada para curtir alguns dias na Disney da Califórnia, entrevistamos o pediatra e infectologista Marcos Lago, vice-diretor da Faculdade de Medicina da UERJ e membro do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Confira

CRESCER - Tenho viagem marcada. Quanto tempo antes devo imunizar o meu filho para a vacina fazer efeito?
MARCOS LAGO - Você pode vacinar a criança até na véspera. A ação da vacina contra o sarampo é mais rápida do que o próprio vírus.

CRESCER – Não me lembro se fui imunizado contra o sarampo na infância. Posso tomar uma dose agora?
M.L. - Sim. Se não sabe se tomou a vacina, é melhor receber a dose. Mulheres que estão em idade fértil e vão tomar a vacina, devem se prevenir para não engravidar três meses após se imunizar. Não há caso na literatura sobre o efeito colateral que a vacina pode causar no feto, mas potencialmente existe. Por isso, a mulher deve tomar cuidado.

CRESCER – E as grávidas que não se lembram se foram vacinadas?
M.L. - No caso das grávidas, não pode. O melhor nesses casos é adiar a viagem.

CRESCER – Qual a sua recomendação para os pais que pretendem ir para lá nesta época? Se a família inteira está vacinada, existe ainda assim algum risco ou apenas para quem não foi imunizado? 
M. L.O risco de pegar a doença sempre existe, mas, para quem é vacinado, ele é absurdamente mínimo. Vale ficar atento a sintomas, como febre alta. Seja lá ou aqui, procure o médico. E se souber de alguém que viajou com a sua família (ou acabou de voltar de lá) e está com suspeita de sarampo, fale com o pediatra da criança.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/

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