quarta-feira

Mulheres comandam 87% dos lares sem cônjuge e têm filhos cada vez mais tarde, segundo estudo do IBGE

Levantamento também mostrou que as mulheres conquistaram mais espaço no mercado de trabalho e participam mais da renda familiar


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento recentemente que revela tendências importantes em relação às mudanças populacionais. Os dados foram levantados durante uma década: de 2000 a 2010.

A pesquisa mostrou que 87% das famílias sem cônjuges com filhos (onde há só o pai ou só a mãe) são chefiadas por mulheres. “Temos percebido um aumento na quantidade de mulheres responsáveis pela família. Seja pela inserção feminina no mercado de trabalho, pelo aumento do nível de escolaridade ou da própria visibilidade da mulher”, explica a demógrafa Cíntia Simões Agostinho, uma das responsáveis pela pesquisa. Esse número cai bastante em relação às famílias compostas por dois cônjuges: se o casal tem filhos, a taxa de mulheres chefes do lar baixa para 22,7%, se não tem, fica em 23,8%.

Outra constatação é que as mulheres estão deixando para ser mães cada vez mais tarde. A taxa de jovens entre 15 e 19 anos de idade com pelo menos um filho caiu de 14,8%, em 2000, para 11,8%, em 2010. Na faixa dos 20 aos 24 anos, a quantidade de mães caiu de 47,3% para 39,3%; dos 25 aos 29 anos, foi 69,2% para 60,1%, e dos 30 aos 34 anos baixou de 81,9% para 76,0%, no mesmo período. Nas áreas rurais, a pesquisa mostra um número maior de mães mais jovens do que nas zonas urbanas.  A maternidade tardia pode estar associada ao aumento da escolaridade, à inserção no mercado de trabalho, a mudanças na composição da família e até a novas perspectivas. “Até poucos anos, nossos avós começavam a ter filhos muito jovens. Hoje, as mulheres enxergam a possibilidade de estudar, trabalhar e, com isso, acabam postergando a maternidade ou até mesmo decidindo não ter filhos”, explica Cíntia. O acesso mais amplo aos métodos contraceptivos também pode ter contribuído para esses resultados. 

Trabalho

Entre os homens, a taxa de atividade, que é o número de pessoas com 16 anos ou mais (população economicamente ativa) que está procurando trabalho ou trabalhando, caiu de 79,7% em 2000 para 75,7% em 2010. O mesmo índice aumentou entre as mulheres: foi de 50,1% para 54,6% no mesmo período. “A proporção de homens procurando emprego ou trabalhando ainda é maior, mas o distanciamento entre os dois diminui”, observa Cíntia.
Em compensação, a taxa de formalização, ou seja, a o índice que mostra o número de empregos formais, aqueles considerados mais estáveis e que incluem contribuição previdenciária,  é maior entre os homens do que entre as mulheres; 10% de todas as mulheres empregadas não têm carteira assinada.

Fonte: revista Crescer

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