sexta-feira

Congelamento ou doação de óvulos: entenda como é possível adiar a gravidez

Por Renata Demôro

Adiar a maternidade é uma realidade cada vez mais comum. A natureza cobra um preço – às vezes alto – para que a mulher possa escolher o melhor momento de ser mãe, mas hoje já é possível buscar soluções para aumentar as chances de engravidar. Na novela Fina Estampa, a personagem Esther (Júlia Lemmertz) decide engravidar após anos de casamento com o marido estéril. Neste caso, será feita uma fertilização in vitro (método de reprodução assistida) com óvulos de uma doadora. Mas como funciona esse processo?  

Especialista em medicina reprodutiva, o médico João Ricardo Auler, da clínica de reprodução Pró Nascer, explica que a técnica é simples e beneficia ambas as partes. “Geralmente, a doadora dos óvulos também tem dificuldade para engravidar por algum motivo específico, mas não tem como arcar com os custos da fertilização in vitro. Após passar por diversos exames, que garantir sua saúde, seus óvulos são doados para uma outra mulher, que custeia o procedimento das duas”, diz o especialista. O médico explica que somente mulheres até 35 anos podem ser doadoras de óvulos.

Congelamento de óvulos também aumenta chances de engravidar
Outra opção para engravidar futuramente é o congelamento dos próprios óvulos. Ginecologista, especialista em reprodução humana e diretor médico da clínica de fertilidade Ferticlin, Raul Nakano explica que o ideal é congelar os óvulos antes dos 30 anos, já que após essa idade a qualidade dos óvulos começa a cair. “Para congelar os óvulos, a mulher toma medicamentos para estimular a ovulação por alguns dias. Na sequência, os óvulos são aspirados em um procedimento indolor, semelhante a uma ultrassonografia transvaginal”, explica o médico. Os óvulos são congelados em nitrogênio líquido através de uma técnica conhecida como vitrificação.

João Ricardo explica que o custo do procedimento vem diminuindo: “Hoje é paga uma taxa de R$2500 para congelar os óvulos, além de manutenção mensal R$150. Para fertilizar estes óvulos e transferi-los para o útero o valor é de R$8000”.

O médico explica que, na fertilização in vitro, os espermatozoides são inseridos nos óvulos doados ou congelados através de uma agulha, em laboratório. “Em seguida, os embriões são transferidos para o útero da mulher em um procedimento que se assemelha ao exame ginecológico periódico”, diz João Ricardo.

Congelamento aumenta chances, mas não é garantia de gravidez
De acordo com o ginecologista Raul Nakano, não existe garantia de gravidez na fertilização in vitro – seja a partir dos próprios óvulos congelados ou oriundos de doadoras. “Uma mulher sem problemas de fertilidade tem 20% de chance de engravidar a cada ciclo menstrual. No caso da fertilização de óvulos doados ou congelados, a chance de ter sucesso é de mais de 50% em mulheres até 30 anos. Após essa idade, a probabilidade de gerar um bebê fica entre 30 e 50%”, ressalta o médico.

Ele explica que costuma ser necessária mais de uma tentativa para que a mulher consiga engravidar, mas a cada novo procedimento as chances aumentam. “A cada três tentativas de transferir os embriões para o útero, a chance de estar grávida pode chegar a 80%”, explica o especialista.  



Fonte: http://gnt.globo.com/maes-e-filhos/noticias

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