sexta-feira

5 dicas para evitar que seu filho fique ansioso com a volta às aulas

Quando as crianças percebem que terão que lidar com novos professores e novos colegas, podem ter dificuldades para retornar à escola. Saiba como evitar esse tipo de problema

Elisa Feres


Ansiedade não é só coisa de adulto. Quando seu filho passa por transformações na vida, pode sofrer tanto quanto você – e um dos momentos em que isso fica mais evidente é o período que antecede a volta às aulas. Isso acontece por dois motivos. “A criança pode estar ansiosa porque não vê a hora de voltar à escola ou porque não quer voltar de jeito nenhum”, explica Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP).

Segundo ela, o primeiro caso é o mais comum. A escola deve ser um ambiente agradável e divertido para seu filho, então é natural que ele queira voltar logo para lá. O ideal é que os pais tentem exercitar o “poder de paciência” da criança, conversando e dando exemplos sobre passagens de tempo (como o dia e a noite, a hora em que ela acorda e dorme, a duração de um filme) e, se preciso, ir distraindo-o com outras atividades.

O segundo caso, por sua vez, exige um pouco mais de cuidado. “Essas crises de ansiedade negativa podem ser bastante fáceis de serem controladas no início, mas, se não receberem atenção, podem originar problemas sérios”, conta a especialista. Por isso, não deve ser ignorado ou menosprezado.
Como descobrir

Independente da idade, seu filho consegue fazer uma série de relações mentais ao perceber algumas das suas movimentações dentro de casa. Quando você faz a lista do material escolar a ser comprado, coloca os uniformes para lavar ou conversa sobre o assunto com outros adultos, por exemplo, ele já pode começar a apresentar sinais de ansiedade. Se a criança for mais velha e conseguir se expressar com palavras, poderá contar a você que não está contente em retornar à escola, mas, se for mais nova e ainda tiver dificuldade para se explicar verbalmente, você deverá ficar atento a uma alguns sinais.

Observe o comportamento da criança para descobrir se houve alteração em algum padrão. Veja se ela continua dormindo e acordando em horários parecidos, se está se alimentando como de costume, se interage com outras pessoas como sempre interagiu. A ansiedade pode refletir até mesmo no organismo de seu filho, então observe sinais biológicos, como dor de barriga e mudanças no funcionamento do intestino.

Se a criança apresentar algum desses “sintomas”, pode ser que esteja com um alto grau de ansiedade. Nesse caso, os primeiros a ajudar devem ser os professores e os coordenadores da escola.

É importante observar, inclusive, se o problema está realmente relacionado à volta às aulas. “A criança reflete o clima da família. Se ela tiver algum parente doente em casa ou se os seus pais estiverem brigando muito, por exemplo, ela poderá ficar ansiosa e canalizar isso na escola. É preciso ficar atento a tudo, fatores externos também podem influenciar”, explica Rita.

E tem ainda o fato mais comum de todos: a criança pode simplesmente estar triste com o final das férias, que, muitas vezes, significa que vai ficar longe dos pais novamente.
Dicas para evitar a ansiedade

- Envolva a criança na volta às aulas. Levá-la junto na hora de comprar o material é uma boa maneira de fazer isso. Quando participa desse processo, ela começa a criar vínculos e ficará com mais vontade de estudar para usar aqueles novos cadernos e canetinhas.

- Converse com seu filho e mostre que aprender é algo positivo. Nunca use a escola como forma de ameaça, falando que vai mandá-lo para lá se ele não se comportar. A criança aprende pelo exemplo. Se os pais tiverem um bom relacionamento com a escola, os filhos também vão ter. Lembre-o de suas experiências mais marcantes, do que viveu com os amigos, brincou, conheceu.

- Se os amigos já voltaram de férias, aproveite o fim de semana e promova encontros para que a criança relembre o quanto é bom conviver com eles.

- Durante as férias, é comum mudar um pouco a rotina em casa. Dias antes de voltar às aulas, então, volte com os mesmos horários e atividades para que a mudança não seja brusca demais.

- Acalme-se você também. Não é raro os pais ficarem ansiosos com a mudança de rotina e a saudade que vai sentir do filho e acabar transferindo tudo para ele. Curta com a criança este momento e imagine o que ele vai poder experimentar e aprender neste novo ano!

 Fonte: revista Crescer


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