terça-feira

Sobrepeso atinge um terço das crianças brasileiras de 5 a 9 anos, segundo IBGE

Estudo divulgado pelo instituto revela que 33,5% da população desta faixa etária estão com excesso de peso. Adolescentes e jovens também não ficam livres: entre 10 e 19 anos, 20,5% sofrem com o mesmo problema

Elisa Feres



O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reuniu algumas de suas principais pesquisas para apresentar um balanço geral do ano, chamado Síntese de Indicadores Sociais 2012. Divulgado nesta quarta-feira (28), o estudo possui dados e análises de diferentes setores da sociedade brasileira, abordando desde a participação de mulheres e homens no mercado de trabalho até as condições de alimentação das crianças. E foi deste último tópico que saiu um dos números mais preocupantes: no Brasil, 33,5% das crianças de 5 a 9 anos estão com sobrepeso.

Entre os adolescentes e jovens de 10 a 19 anos, 20,5% sofrem com o mesmo problema. Já entre a população com 20 anos ou mais, o excesso de peso aparece em 49%. A obesidade, estado mais grave do sobrepeso, atinge essas mesmas faixas etárias em 14,3%, 4,9% e 14,8%, respectivamente.

Em contrapartida, o déficit de peso ainda se faz presente na sociedade brasileira. Isso acontece, porém, em porcentagens bem menores: 4,1% das crianças, 3,4% dos jovens e 2,7% dos adultos pesam menos do que deveriam. Os números podem ser encontrados no capítulo Direitos Humanos da Síntese de Indicadores Sociais 2012 e foram retirados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) feita entre 2008 e 2009.

O SIS possui ainda outros cinco capítulos: aspectos demográficos, famílias e domicílios, educação, atividades pessoais, e padrão de vida e distribuição de renda. Veja abaixo mais alguns destaques.

Fecundidade

A taxa de fecundidade total (que mede o número médio de filhos nascidos vivos que uma mulher tem até o fim de seu período reprodutivo) para o Brasil prevista no estudo foi de 1,95 filho por mulher. Ao levarem em conta as variáveis de cor e raça, os pesquisadores registraram que entre as mulheres brancas a média é de 1,63, enquanto que para as negras ou pardas o número sobe para 2,15. Quando são analisadas as variáveis socioeconômicas, as mulheres com menor nível de escolaridade possuem maior taxa, de 3,07 filhos, contra 1,69 das mais escolarizadas.

Frequência escolar

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra a Domicílios (PNAD), também incluída no SIS, apenas 20,8% das crianças brasileiras de 0 a 3 anos frequentam alguma instituição de ensino. Entre as crianças de 4 e 5 anos o número sobe para 77,4%, e entre as de 6 a 14, para 98,2%. Na faixa etária seguinte, de 15 a 17, o número de jovens na escola sofre uma queda e chega a 83,7%.

Mortalidade infantil

Ainda de acordo com o balanço, os óbitos de bebês com menos de 1 ano de idade se concentram em 52,2% entre aqueles que possuem menos de 6 dias de vida (período chamado de neonatal). Entre os que têm de 7 a 27 dias, o percentual cai para 16,4%. Com mais de 27 dias, sobe novamente para 31,4%.

Mercado de trabalho

A jornada semanal no trabalho produtivo continua sendo maior para os homens do que para as mulheres. Eles gastam, em média, 6,3 horas a mais do que elas. Nos trabalhos formais, a jornada dos homens é de 44 horas, e a das mulheres, 40,3 horas. Nos informais, a diferença cresce de 40,5 horas para 31,2 horas. O curioso é que esse cenário muda totalmente se for considerado o tempo dedicado aos afazeres domésticos. Dessa forma, as mulheres desenvolvem uma jornada 2,5 vezes maior que a dos homens, de 27,7 horas contra 11,2 horas.

Violência contra a mulher

Outro dado preocupante: apenas em 2011, foram registrados quase 75 mil casos de violência na Central de Atendimento à Mulher. Destes, 61,3% foram de violência física, 24% de violência psicológica, e 10,9% de violência moral. Na maioria dos casos, em 74,6%, o agressor foi o próprio companheiro da vítima, e em 66,1% deles os filhos da mulher presenciaram a agressão.


Fonte: Revista Crescer

Nenhum comentário:

Postar um comentário