Ana Castanho
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Salvo raríssimas exceções, não há criança que não peça aos pais um bichinho de estimação. E o cachorro está no topo da lista de preferências. Além de bonitinho, é um animal alegre e que interage com os donos.
De fato, conviver com pets é muito importante para o desenvolvimento humano. Segundo a veterinária e presidente do Projeto Pro-Animal, Ursula Strauch, “foi comprovado que crianças que recebem educação para respeitar um animal apresentam um melhor desempenho na escola”. Mas, incluir o novo membro na família requer responsabilidade. Conta-se, então, com a disposição dos pais.
De acordo com a psicóloga Tatiana Russo França, de São Paulo, ao conviver com um bicho, a criança percebe como seu comportamento o afeta e vice-versa, aprende sobre a importância de cuidar de um ser vivo, sente alegrias e tristezas, fica preocupada, excitada, enfim, vivencia todos os aspectos de uma relação. Essa interação favorece conversas e aprendizados muito interessantes para o pequeno, desde que haja um adulto atento para aproveitar a oportunidade.
Divisão de responsabilidades
Tatiana explica que não há uma idade certa para a criança ganhar um cachorro. O importante é que os pais ou adultos responsáveis estejam atentos a cada situação. “Se a criança for muito pequena, o cuidado deve ser permanente, embora seja raro um cão bem tratado atacar ou morder uma criança.”, avisa.
A psicóloga também reitera que a criança pequena não pode ser considerada responsável pelo cão. “Ela pode, no máximo, ajudar com os cuidados. Já uma criança mais velha pode ficar sozinha com o cachorro e se responsabilizar por alguma tarefa específica, caso o desejo de ter o animal tenha partido dela”.
Perigo versus educação
Em relação aos riscos do convívio entre cães e bebês, podemos citar, principalmente, alergias, mordidas e a possibilidade de a criança machucar o animal. Para prevení-los, é muito importante que os pais fiquem atentos e eduquem de forma correta, tanto o filho quanto o cão, para que ninguém saia ferido. “Se a criança começar a machucar o bicho, vale investigar questões emocionais mal resolvidas”, alerta Tatiana.
Já no que se refere a alergias, o melhor procedimento é observar e procurar um pediatra, caso a criança manifeste sintomas.
Filho, você quer um cachorro?
É importante frisar que a vontade de ter um cachorro deve surgir de modo espontâneo. “Uma vez que a criança expresse esse desejo, deve-se conversar sobre seus motivos. Se for por divertimento e pelo prazer de conviver com um animal, é muito válido. No entanto, caso a criança esteja se sentindo sozinha, é preciso ser mais cauteloso. A presença humana deve vir sempre em primeiro lugar. A ausência de uma criança para brincar pode estar por trás da carência. Ou, pior, a falta de uma presença humana significativa, que traga segurança e confiança”, alerta Tatiana.
O que levar em conta, na hora de adotar o bichinho
Os pais precisam assumir a responsabilidade de todo o trabalho que o animal impõe, inclusive sua educação.
Os responsáveis devem cuidar para que a criança não se machuque. Também é importante que fiquem sempre atentos e disponíveis para conversar sobre possíveis angústias ou situações que a criança viva em decorrência de sua relação com o cachorro (por exemplo, em casos em que o cão chora, não obedece, fica doente ou morre).
Na melhor das hipóteses, todos os membros da família devem querer a companhia do cãozinho. Caso contrário, poderão surgir problemas na hora de educá-lo.
Qual o cão mais adequado para o seu filho?
Será que existem raças mais ou menos apropriadas para conviver com crianças?
A veterinária Daniela Prette, de São Paulo, não aconselha, a crianças muito novinhas, aquelas de porte pequeno, como Yorkshire, Maltês ou Spitz Alemão, por serem muito sensíveis à queda. “Criança gosta mesmo é de cachorro que brinca! Então, os maiores são melhores. Golden Retriever e Labrador, por exemplo, além de serem mansos, têm muita paciência com criança”, diz a profissional.
Boxer, Beagle e Pug também são bastante indicados, principalmente por serem extremamente dóceis. Já o Chow-chow, o Shar-pei e os Dálmatas são, normalmente, agressivos, segundo a especialista. “Mas, todos os cachorros podem se adaptar à criança. Tudo depende da educação. Qualquer raça pode ser agressiva ou amável, dependendo de como é condicionada” Já para bebês, são recomendadas raças mais delicadas e calmas, como o Dinamarquês, por exemplo.
Os pais ou responsáveis devem levar em conta o espaço que possuem em casa para criar um animal e a importância de manter a higiene. Também devem se lembrar de que adquirir um filhote é mais fácil, pois ele poderá ser educado desde cedo. Além disso, os mais velhinhos têm menos paciência e disposição para brincar.
Para cada idade, uma alternativa
Selecionamos as raças mais comuns, listamos suas características predominantes e classificamos, de acordo com a faixa etária da criança. Agora, é só refletir sobre as orientações anteriores, escolher o bichinho que mais lhe agrada, e levar o melhor amigo para casa!
São Bernardo
Indicação
0 a 12 meses
Características
De temperamento dócil, calmo, inteligente e fiel.
Leve em consideração
Ele requer espaço e passeio com frequência.
Labrador
Indicação
0 a 12 meses
Características
Também é dócil, calmo, inteligente e fiel.
Leve em consideração
Da mesma forma, requer espaço e passeio com frequência.
Golden Retriever
Indicação
0 a 12 meses
Características
Outra boa opção para quem tem criança nessa faixa etária em casa. É dócil, calmo, inteligente e fiel.
Leve em consideração
Necessita de espaço e passeio com frequência.
Bernese Montain Dog
Indicação
1 a 2 anos
Características
Fiel, amoroso, inteligente e forte.
Leve em consideração
É uma raça de grande porte, por isso o espaço é fundamental, assim como as caminhadas.
Golden Retriever
Indicação
1 a 2 anos
Características
Fiel, amorosa e inteligente, a raça também é adequada para crianças nessa faixa etária.
Leve em consideração
Requer espaço e passeios frequentes.
Boxer
Indicação
1 a 2 anos
Características
Brincalhão e afetuoso. Extremamente paciente com crianças, inteligente e leal.
Leve em consideração
Apesar do grande porte, adapta-se facilmente a ambientes pequenos e internos.
Buldogue francês
Indicação
2 a 4 anos
Características
Alegre, companheiro e dócil. Apega-se muito ao dono.
Leve em consideração
Seu nível de energia é moderado. Por isso, precisa de atividade física.
Boston Terrier
Indicação
2 a 4 anos
Características
Ágil e afetuoso.
Leve em consideração
Exige atividade física constante.
Pug
Indicação
2 a 4 anos
Características
Brincalhão e bem disposto, apega-se muito à família.
Golden retriever
Indicação
2 a 4 anos
Características
Fiel, amoroso e inteligente.
Leve em consideração
Cheio de energia, demanda espaço.
Maltês
Indicação
4 a 6 anos
Características
Companheiro, inteligente e alegre.
Leve em consideração
Por ser bem pequeno, é necessário redobrar a atenção para para evitar quedas. Seu pelo exige escovação diária para que não forme nós.
Shih Tzu
Indicação
4 a 6 anos
Características
Calmo, dócil e alegre.
Leve em consideração
Não necessita de tanto exercício físico, mas precisa de escovação diária.
Yorkshire
Indicação
4 a 6 anos
Características
Também é companheiro, inteligente e alegre.
Leve em consideração
Valem os mesmos alertas sobre o risco de queda e escovação do pelo.
Border Collie
Indicação
4 a 6 anos
Características
Cheio de predicados: é inteligente, ágil, dócil, brincalhão, disposto e independente.
Leve em consideração
Esbanja energia, por isso requer atividade física.
Beagle
Indicação
4 a 6 anos
Características
Igualmente inteligente, ágil, dócil, brincalhão, disposto e independente.
Leve em consideração
A raça necessita de espaço e atividade constante.
Spitz Alemão
Indicação
4 a 6 anos
Características
Companheiro, inteligente e alegre.
Leve em consideração
Por ser uma raça de pequeno porte, quedas podem ser perigosas. Redobre a atenção. Seu pelo necessita de escovação diária para evitar a formação de nós.
Jack Russel
Indicação
4 a 6 anos
Características
Inteligente, ágil, dócil, brincalhão, disposto e independente.
Leve em consideração
Requer espaço e atividade frequente.
Fonte: http://bebe.abril.com.br

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