domingo

Testosterona pode atrasar o desenvolvimento da linguagem em meninos

Estudo mostra que garotos com altos níveis do hormônio têm até três vezes mais chances de demorar a falar. Saiba mais
Bruna Menegueço




Você acha que os meninos demoram mais para aprender a falar do que as meninas? Um novo estudo acaba de encontrar um novo fator que pode explicar essa diferença: a testosterona. Pesquisadores da University of Western, na Austrália, mediram a quantidade de testosterona contida no cordão umbilical de 767 recém-nascidos. A capacidade de linguagem dos bebês foi analisada durante os três primeiros anos de vida.

Observou-se, então, que os meninos têm o nível de testosterona dez vezes maior que as meninas. E aqueles com altos níveis do hormônio apresentaram até três vezes mais chances de apresentar atraso na linguagem. Já as meninas, mesmo com níveis altos de testosterona, têm risco menor para o retardo nessa etapa do desenvolvimento. Segundo o professor Andrew Whitehouse, autor da pesquisa, ainda faltam estudos para verificar a relação do hormônio com o desenvolvimento da fala.

Para o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital Infantil Sabará (SP), a pesquisa é válida e abre um novo fator no tratamento de crianças que demoram a desenvolver a linguagem. “Posso começar a pedir exames hormonais para as crianças, já que essa avaliação não é de costume nesse caso. Vale ressaltar, no entanto, que o estudo não elimina todas as outras possibilidades a serem levadas em conta em cada caso, como problemas neurológicos ou psiquiátricos, lesões cerebrais, autismo e esquizofrenia, além de problemas de audição, claro”, alerta o especialista.

De acordo com Saada Ellovitch, neuropediatra do Hospital Samaritano (SP), o marco para aguardar a fala é até 2 anos. Nessa idade, uma criança com neurodesenvolvimento dentro do esperado já diz várias palavras isoladas e pequenas frases, com duas ou três palavras.

No dia a dia, você pode ajudar o seu filho. E não é preciso estímulos específicos. Atividades simples, como na hora de trocar a fralda, de dar o banho e até a amamentação, são momentos favoráveis para esse exercício de incentivo da fala. E se ele apontar para um objeto, não o atenda prontamente. Incentive-o a pedir, a dizer o que deseja.

Lembre-se: as consultas de rotina ao pediatra da criança são fundamentais para que ele avalie o desenvolvimento da criança e quando é hora de receber ajuda de outro profissional.



Fonte: Revista Crescer

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