segunda-feira

Mães contam como é a experiência de doar leite

CRESCER ouviu seis mulheres que doaram leite e fizeram a diferença na vida de muitos bebês


Heloiza Camargo


Amamentar é sempre um momento especial. E, para as mães abaixo que deram os depoimentos à CRESCER, o ato foi dirigido além dos seus filhos: elas doaram o seu leite para alimentar bebês que, na maioria dos casos, nem conheciam. Doaram tempo, dedicação, amor. Confira o relato inspirador dessas mulheres para encerrar a Semana Mundial de Amamentação.

“Eu tinha muito leite e tirava para armazenar para meu filho, caso precisasse sair de casa. Mas, como não tinha muita informação, acabava jogando o leite que não era usado fora. Até que conheci o banco de leite de uma maternidade. É muito fácil ser doadora! Eles entregam os frascos em casa, passam para recolher. Doei leite por 8 meses. Era bacana que o hospital tinha um sistema de feedback: de tempos em tempos eles me ligavam e diziam que o meu leite tinha amamentando um número x de prematuros. Me senti muito orgulhosa e até hoje conto para todo mundo.”
Daniela Santos de Souza Bueno, 29, musicoterapeuta, mãe de um menino de 4 anos e grávida de 3 meses

“Ainda amamento meu filho de 1 ano e três meses e tenho o imenso prazer de poder amamentar minha neta de dois meses também. Está sendo uma experiência maravilhosa poder contribuir para o desenvolvimento saudável dela. Dou o leite para ela quando a minha filha não está em casa e preciso ficar com a menina. Eu me sinto duplamente realizada, como mãe e avó. Até quando meu filho e minha netinha quiserem vou amamentá-los.”
Carla Garcia Gonçalves, 35, dona de casa e mãe de uma garota de 17 anos e um menino de1 ano e três meses

“Quando meu filho nasceu teve que ficar 12 horas na UTI neonatal. Nesse período conheci bebês que pesavam 700, 800 gramas. Foi muito triste. Saí da maternidade com meu filho no colo, lindo e saudável, mas fiquei com a imagem daqueles bebês. Foi, então, que resolvi doar meu leite para uma maternidade perto da minha casa, que atende crianças prematuras. Se o leite materno faz bem para um bebê saudável, imagina o bem que faz para uma bebê doente ou prematuro? Durante um ano, toda semana, o hospital entregava na minha casa dois frascos de vidro para eu encher de leite. Depois eles passavam para pegar também. Quando parei de amamentar meu filho, fiquei com o coração partido por não doar mais leite. Mas até hoje me lembro dessa época com um sentimento de dever cumprido.”
Eliane Ribeiro Mariano, 41, telefonista e mãe de um menino de 3 anos e 7 meses

“Por falta de informação, não doei leite na primeira gravidez, apesar de ter muito. Já na segunda foi diferente. Ainda grávida me informei sobre os bancos de leite e, dois meses após o nascimento do meu filho, me tornei uma doadora. Cheguei a tirar 1 litro de leite em um único dia. Dedicava entre 1 hora e 1 hora e meia do meu dia para isso. Sentia que o que eu fazia era uma coisa muito importante. Doei por onze meses e amamentei meu filho até 1 anos. Dá até uma tristeza que nunca mais terei a chance de ser doadora, pois não vou mais engravidar.”
Gildelene Santos, 32, mãe de menino de 1 ano e 11 meses e de uma menina de 12 anos

“Durante os 118 dias de internação da minha filha na UTI, porque ela nasceu com 29 semanas, eu tirava leite religiosamente três vezes ao dia, com a esperança de que ela pudesse bebê-lo. No entanto, isso não aconteceu, mas eu fiquei tremendamente realizada em poder doar para as crianças do hospital. Então, mesmo sem amamentar a minha filha, eu tive uma ligação muito forte com a amamentação. Cheguei a tirar mais de 1 litro por dia. No começo foi difícil, saía pouco leite, mas com o tempo isso mudou. Aprendi no hospital em que ela ficou internada que o mais importante é que a mãe esteja relaxada e sinta muito amor. No fundo, todas nós sabemos como alimentar nossos filhos. Basta paciência.”
Ligia Kempfer, 45, publicitária e mãe de uma menina de 5 anos

“Fiquei muito feliz por, mesmo tendo gêmeos, conseguir doar leite. A quantidade era muito grande e eu achava um desperdício jogar fora, sendo que ele poderia ser muito útil para outras crianças. Fui doadora por 8 meses para um banco de leite da minha cidade. Uma experiência maravilhosa.”
Elizabete Brito, 28, técnica de meio ambiente e mãe de um casal de gêmeos de 1 ano e 9 meses



Fonte: Revista Crescer

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