quarta-feira

Sempre na mira


Conhecer-se é importante também para não ficar perdida no meio de tantas opiniões e conselhos. Quando você se torna mãe, acaba tendo não só a si própria, mas o resto do mundo prestando atenção no que faz. Como se você entrasse numa espécie de GPS alheio. “Eu me sinto julgada o tempo todo. Esses dias, fui a um festival de jazz com meu filho e meu marido. Quando começou a escurecer fui embora e tive de ouvir duas moças que eu nem conhecia me chamarem de irresponsável por levar uma criança lá. Só por que tenho filho e tem um festival à tarde, eu não posso ir?”, conta Andréia de Oliveira Brevitali, mãe de Luigi, 2 anos.

Seja qual for a situação, você não sabendo o que fazer, ou, como Andréia, já tendo tomado uma decisão, vai haver sempre quem pense diferente e expresse seus palpites. Sua mãe diz uma coisa, sua sogra, outra, seu pediatra não concorda com nenhuma das duas. Amigas, parentes e até quem você nunca viu tem alguma “dica” sobre a educação, a saúde e tudo que envolva crianças, mesmo se não tiver filhos. E fale a verdade: você pode até não verbalizar, mas também está sempre avaliando outras mães.

Em um trecho do bem-humorado livro Eu Era uma Ótima Mãe até Ter Filhos (Ed. Sextante), as norte-americanas Trisha Ashworth e Amy Nobile reproduzem um depoimento sincero de uma das mais de 100 mães que entrevistaram. “Uma das minhas amigas voltou a trabalhar logo depois de ter bebê. Pensei: ‘Ela poderia ter pelo menos aproveitado a licença-maternidade, é uma péssima mãe’. Eu a recriminei mas, na verdade, estava era com inveja.”

Esse monte de atenções voltadas para você somadas às suas próprias – e muitas vezes exageradas – expectativas para ser perfeita e ao peso natural do cotidiano podem ter um certo efeito explosivo. O estouro vai certamente ocorrer por alguma bobeirinha e ninguém à sua volta vai entender, muito menos seu marido e seus filhos. Como isso é normal e mesmo compreensível, o melhor a fazer é não esquentar demais a cabeça. Peça desculpas se gritou com alguém e veja o que dá para fazer para liberar seu estresse de outra maneira, antes de explodir. Das páginas do livro de Trisha e Amy vêm uma história engraçada, que pode até virar uma dica. “Às vezes deixo o leite acabar de propósito para ir ao supermercado sozinha mais tarde. Dirijo devagar, abaixo as janelas do carro e curto um pouquinho a solidão.” Confesse: você também já teve vontade de fazer isso, não?

CONEXÃO REAL E CONSTANTE
Seja por instinto, por intuição ou por conhecimento, os vínculos entre mãe e filho são mesmo dos mais fortes que podem existir. Essa ligação fica ainda mais concreta com o tempo e com o relacionamento entre os dois. E muda conforme vão surgindo os novos desafios da maternidade.

Fonte: Revista Crescer

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