Autores:
Dr. Elíseo Joji Sekiya - Diretor Científico da CordCell - Células Tronco do Cordão Umbilical e Adelson Alves, M.D - Banco de Sangue do Cordão Umbilical Hemocentro São Lucas - Terapia Celular
“O armazenamento de células-tronco do cordão umbilical
faz sentido, principalmente se forem considerados os avanços
das pesquisas que focam as aplicações destas células em terapia celular”
Inicialmente considerado material biológico descartado após o parto, atualmente o cordão umbilical constitui importante fonte de Células-Tronco Hematopoiéticas para o Transplante de Medula Óssea, bem como para o tratamento de doenças onco-hematológicas e outras enfermidades degenerativas. Os estudos iniciais que evidenciaram a presença de Células-Tronco Hematopoiéticas no Sangue do Cordão Umbilical Humano começaram a ser publicados a partir de 1974, onde Knudtzon1 sugeria que o Sangue de Cordão Umbilical “poderia ser utilizado como fonte de células-tronco hematopoiéticas para restauração funcional da medula óssea em humanos”.
Outros experimentos subseqüentes publicados por Nakahata2 e Leary3 demonstraram que certas células do Sangue de Cordão Umbilical eram capazes de se diferenciarem em múltiplas linhagens hematopoiéticas. Após estudos clínicos extensos de Broxmeyer4 que confirmaram a funcionalidade in-vitro das células do cordão após criopreservação e descongelamento, em outubro de 1988 foi realizado o primeiro transplante humano de sangue do cordão umbilical por Gluckman5. O paciente, portador de Anemia de Fanconi, foi submetido a transplante recebendo uma unidade de Sangue de Cordão Umbilical relacionado HLA compatível. Transcorridos pouco mais de 20 anos, o paciente transplantado por Gluckman continua saudável em completa reconstituição hematológica e imunológica, ou seja, livre da doença original. Os estudos de Barker6 e Rocha7 demonstram que o Sangue de Cordão Umbilical representa alternativa válida à medula óssea HLA-compatível para pacientes pediátricos e os trabalhos de Laughlin8 e Rocha9 confirmam a mesma assertiva para pacientes adultos.
Além de conter Células Progenitoras Hematopoiéticas com elevada capacidade proliferativa e de auto-renovação, demonstrada por Broxmeyer10 Hows11 e Lansdorp12, o Sangue de Cordão Umbilical apresenta vantagens adicionais sobre a medula e o sangue periférico como fonte de células progenitoras. Estudos clínicos de laughlin8 e Rocha9 demonstram uma menor incidência da Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (DECH), além da necessidade de menor compatibilidade HLA, atribuída por Beck13 e D’Arena14 a imaturidade do sistema imune do sangue de cordão. Outra vantagem estudada por Barker6 decorre do fato das Unidades de Sangue de Cordão Umbilical estarem disponíveis após o congelamento, previamente HLA-tipadas, reduzindo o tempo necessário para buscas.
Evidentemente esta vantagem pode ser ainda maior caso a unidade de Cordão Umbilical Congelada seja autóloga, ou seja, do próprio paciente.
Assim sendo, o armazenamento de Células-Tronco do Cordão Umbilical faz sentido, principalmente se forem considerados os avanços das pesquisas que focam as aplicações das Células-Tronco derivadas do Cordão Umbilical em
terapia celular.
Segundo consenso estabelecido no 4º Workshop da ITERA (International Tissue Engineering Research Association), mais de 70 doenças já podem ser tratadas com sucesso utilizando Células-Tronco hematopoiéticas e outras 15 doenças
utilizando células-tronco não hematopoiéticas.
Alguns exemplos de doenças tratáveis ou controláveis com células do sangue de cordão umbilical são apresentados na tabela a seguir:

Pesquisadores do Serviço Nacional de Sangue da Inglaterra (England National Blood Service)15 publicaram recentemente os resultados de 10 anos de experiência na realização de transplantes utilizando como fonte de células- tronco hematopoiéticas o sangue de cordão umbilical coletado de doadores aparentados. Ao todo foram 244 casos de pacientes tratados, sendo 114 pacientes com doenças hematológicas malignas, 68 com anemias congênitas, 44 com imunodeficiências e 9 com deficiências enzimáticas e 9 com outras doenças não classificadas. Os resultados dos transplantes demonstravam à época da publicação que todos os pacientes acompanhados por diferentes períodos encontram-se com boa evolução.
As células-tronco do cordão umbilical podem ser obtidas após o nascimento, sem riscos para a mãe e a criança. As células podem ser armazenadas por vários anos e são imediatamente disponíveis quando necessárias
e potencialmente também para terapias que ainda estão em desenvolvimento. Segundo Colin McGuckin, professor de Medicina Regenerativa da Universidade de Newcastle, o cordão umbilical e o sangue do cordão são as fontes de células-tronco mais facilmente acessíveis e menos comprometidas pelas
influências do meio-ambiente e da idade. Estas células são consideradas mais jovens e em alguns casos demonstraram ser mais potentes nos tratamentos quando comparadas com células-tronco de outras fontes.
O armazenamento pode ser disponibilizado tanto pelos bancos chamados privados/ familiares ou em alguns países por bancos públicos. Ambas as modalidades de armazenamento têm seus méritos específicos. Uma
abordagem mais moderna denominada armazenamento publico-compartilhado poderia oferecer uma boa solução para atender as necessidades individuais bem como as do público geral.
Finalmente, como ocorre com todas as tecnologias emergentes, podemos concluir que o armazenamento do Sangue de Cordão Umbilical tem evoluído continuamente tornando- se um recurso terapêutico padronizado e bem estabelecido. A disseminação deste conhecimento entre os colegas das
diversas especialidades médicas é parte fundamental deste processo, uma vez que cabe aos médicos direcionar os recursos do enorme arsenal terapêutico disponível em benefício dos nossos pacientes.
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