quarta-feira

Quem tem mais cólicas menstruais sente mais dor na hora do parto?


Circula por aí a ideia de que as mulheres que sentem desconfortos e dores intensas durante a menstruação são as que mais sofrem durante o trabalho de parto. Em entrevista ao portal australiano Mamamia, a ginecologista Dasha Fielder disse: "Quanto piores são as cólicas menstruais, pior é o trabalho de parto". A explicação dela seria a de que os estágios iniciais do trabalho de parto são muito parecidos com o o período da menstruação, já que o colo do útero também dilata - embora bem menos, em comparação à fase inicial do nascimento de um bebê. Porém, segundo a ciência e os especialistas ouvidos pela CRESCER, esse pensamento é um mito.  

“Não há comprovação da ciência para isso. A dor é subjetiva. A pessoa que suporta bem a menstruação pode simplesmente ter uma boa tolerância para a dor ou conhece bem o próprio corpo, de modo que aquilo se torna mais tolerável”, explica o ginecologista e obstetra Alberto Guimarães, defensor do parto humanizado. Para ele, a dor do trabalho de parto costuma ser seguida pela satisfação de saber que, a cada contração, o bebê está mais próximo de vir ao mundo. “Se a mulher está preparada, se tem uma boa noção da fisiologia do parto e acredita que dará conta de dar à luz, ela se sente mais confiante e a dor fica menor, porque é encarada como uma onda intensa que incomoda, mas que logo passa”, diz ele.

Segundo afirma a ginecologista e obstetra Poliani Prizmic, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim (SP), a intensidade da dor é individualizada. “A dor de parto é diferente das outras dores e, no fim, tem o nascimento do bebê. Então, muitas vezes, apesar de ser uma dor rigorosa, a mulher acaba tendo uma aceitação melhor”, tranquiliza a médica.

Poliani também defende que não existe relação entre a dor da cólica e a dor do trabalho de parto. “Acredito que a mulher que sofre com a menstruação consegue tirar o parto de letra, porque já está acostumada a tolerar a dor. E, se a sensação se tornar muito insuportável, existe a possibilidade da analgesia”, completa ela.

Fonte: revista Crescer

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