sexta-feira

Voltar a trabalhar depois da licença-maternidade ou não?

Você pensa em abrir mão do seu emprego depois do término do período de licença-maternidade? Nem todo mundo tem essa opção por questões financeiras, mas não é nada fácil deixar o bebê em casa ou na creche. CRESCER conversou com a jornalista Ann Crittenden, que é autora dos livros If You’ve Raised Kids. You Can Manage Anything (Se você educou os filhos, você pode gerenciar qualquer coisa, em tradução livre) e The Price of Motherhood (O preço da maternidade, em tradução livre), para saber se vale deixar o emprego para ficar com os filhos. Veja a opinião dela sobre o assunto.

1. Você acha que o mercado de trabalho é mais difícil para as mães?
Sim, muito. Elas competem não só com homens, mas também com as mulheres que não têm filhos e que não tiveram suas carreiras interrompidas por conta da licença-maternidade. Tem muita gente que acha que a mãe pode faltar na empresa porque o filho ficou doente e prejudicar o fluxo do trabalho. É um equívoco pensar assim, mas infelizmente ainda é uma realidade. Tem local que não contrata quem tem crianças pequenas. Isso deveria ser contra a lei.


2. É possível trabalhar e cuidar dos filhos?
Claro que é. Só que os pais necessitam de uma rede de apoio para, por exemplo, buscar o filho na escola quando o trânsito travar ou a reunião atrasar. Hoje há nas empresas mais flexibilidade com as mães do que há 20 anos e mais aceitação do home office. Na Holanda, o número de vagas em horários flexíveis tem aumentado e os benefícios também. Com isso, também cresceu o número de mulheres nas empresas. Na Suécia, há uma lei que permite que elas fiquem 75% do tempo com os filhos que ainda não estão em idade escolar. Mas, isso não é a realidade da maioria dos países que ainda seguem o modelo tradicional de carga horária.

3. Então, a saída para quem quer ficar mais tempo com os filhos é o empreendedorismo?
Muitas mulheres tentam isso. Só que é preciso olhar para os rendimentos da família. Para ser um bom empresário leva-se muitas horas de trabalho duro e é necessário investimento. Você não pode abrir uma empresa já achando que terá dinheiro no primeiro mês, pode levar meses e anos até recuperar o valor investido – eu sei disso porque o meu marido é empresário. Portanto, principalmente no começo, a renda é muito mais baixa do que se você estivesse trabalhando em uma empresa.

4. Mas você não acha que o empreendedorismo é uma economia criativa, pois as mães deixam de gastar com um cuidador (escola ou babá)?
A mãe precisa fazer escolhas. Percebo que há muitas mulheres que são forçadas a deixarem o emprego porque não têm ninguém para ficar com os filhos ou não compensa pagar. Há, também, quem fique em casa o dia todo cuidando dos filhos, mas preferiria trabalhar em horários flexíveis. Nesse caso, como as empresas não facilitam, o empreendedorismo pode ser uma saída. Mas é preciso avaliar bem antes!

Fonte: revista Crescer

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