quinta-feira

Desmame precoce

Conheça algumas das causas mais frequentes e aprenda a evitá-las. Assim, você vai amamentar seu filho por muito tempo!


Não se discute que amamentar é um momento especial de conexão entre mãe e bebê, além de trazer incontáveis benefícios para a saúde de ambos. Mas se engana quem pensa que o processo é tão simples quanto colocar o recém-nascido no peito para que ele comece a mamar. É preciso muita orientação e apoio para evitar o desmame precoce, especialmente antes dos 6 meses de aleitamento exclusivo recomendado pela Organização Mundial de Saúde -- vale lembrar que, após esse período, a amamentação deve continuar de forma complementar até os 2 anos.

Às vezes, mesmo depois de se esgotarem todas as alternativas, o desmame ocorre. Via de regra, vale tentar ao máximo, pois, com persistência e paciência, é possível transpor os obstáculos do caminho e aproveitar todos os benefícios dessa fase recompensadora, em grande parte das situações.

Para ajudar nessa missão, apontamos algumas causas comuns do desmame e sugerimos o que pode ser feito para tentar superá-las:

Mastite
É uma inflamação da glândula mamária, que provoca dor no seio e é popularmente conhecida como empedramento de leite. Apesar do desconforto, é fundamental que a mulher continue amamentando, já que, não raro, a inflamação é causada pelo excesso de leite. Para extrair o excedente, faça uma ordenha manual após cada mamada. Primeiro, realize uma massagem-- com a ponta dos dedos em sentido horário, em direção à aréola, por, pelo menos, cinco minutos. Depois, faça a retirada e, na sequência, compressas frias, a fim de aliviar o incômodo. Se houver febre, vermelhidão e pus, é importante procurar um médico.

Parto antes da hora
Após um parto cesárea programado, o leite pode demorar um pouco para descer, o que deixa algumas mães preocupadas. Isso ocorre porque, durante o processo de trabalho de parto normal, o organismo entende que o bebê está a caminho e fabrica o hormônio prolactina, essencial para a produção do leite -- preparação que não ocorre se o parto for cirúrgico. Mas, calma: assim que o bebê começar a sugar o seio, uma glândula localizada no cérebro, chamada hipotálamo, iniciará a secreção de prolactina, garantindo a descida do leite, o que pode levar até cinco dias. Durante esse período, o importante é continuar insistindo na amamentação mesmo que só haja colostro, a substância que sai em pequenas quantidades nos primeiros dias após o parto, pois ela é rica em anticorpos e nutrientes essenciais para o desenvolvimento do bebê. O recém-nascido pode perder até 10% de seu peso de nascimento nessa fase, o que é considerado normal. Porém, é o pediatra quem dará a palavra final sobre a necessidade de complemento.

Pega incorreta
Para uma amamentação bem-sucedida, é essencial que o bebê esteja na posição correta. Caso contrário, há risco de problemas, como fissura nos seios e estímulo insuficiente para a produção de leite. É sempre bom contar com o auxílio de um profissional que possa demonstrar o jeito certo, mas, grosso modo, o bebê deve ter o corpo voltado para o da mãe, barriga com barriga, e a cabeça em posição mais elevada que o bumbum, na altura do seio. Os lábios devem estar bem projetados para fora, abocanhando o máximo possível da aréola. Caso a criança sugue somente o bico, posicione seu dedo mínimo no canto da boca dela e retire-a delicadamente, recolocando-a da maneira adequada. Aqui, você confere um vídeo com o passo a passo da amamentação correta.

Bicos artificiais
Eles estão entre os principais vilões do desmame precoce e atendem pelos nomes de mamadeiras e bicos de silicone, sendo totalmente desencorajados pela Organização Mundial da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Muitas vezes, a mulher acredita, equivocadamente, que o bico de silicone vai diminuir a dor se houver fissuras, mas isso não é verdade. Como sua utilização não proporciona a pega adequada, o mamilo fica esticado dentro do objeto e o risco de lesões até aumenta. Sem contar que o estímulo inadequado também pode causar a diminuição da produção de leite.

Fonte: Márcia Kuriki Borges, supervisora da equipe de enfermagem da maternidade do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim (SP).

Revista Crescer

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