terça-feira

Ultrassom 4D: vale a pena fazer?


Aguardar nove meses para ver o rostinho do bebê parece uma eternidade, não é? Desde a chegada do ultrassom 3D, nos anos 1990, os pais puderam diminuir um pouco essa espera. De lá para cá, o exame foi aprimorado: agora é possível também observar o bebê em três dimensões e se movimentando em tempo real, o que ficou conhecido por ultrassom 4D. “Com a ajuda de um software, as imagens captadas em 3D (ou seja, com altura, largura e profundidade) são agrupadas sucessivamente de modo que os movimentos do bebê possam ser vistos com nitidez durante o exame”, explica o ginecologista Javier Miguelez, especialista em medicina fetal, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim (SP). De acordo com o especialista, a clareza das imagens seria uma das principais vantagens da técnica em relação ao ultrassom convencional.

Aplicações do exame

Como se trata de um procedimento caro – R$ 300, em média – e a maioria dos convênios médicos não cobre o exame. Ma será que vale a pena fazê-lo apenas por curiosidade? Walter Hisaba, especialista em medicina fetal, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que “o diagnóstico de alterações congênitas e o acompanhamento do crescimento fetal já são realizados normalmente com o ultrassom 2D”. Entretanto, o recurso tridimensional pode auxiliar o médico a avaliar com mais precisão o volume de certas estruturas, como o pulmão e o coração.

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, por exemplo, comparou a eficácia do exame em 3D com o bidimensional no diagnóstico de hipoplasia pulmonar letal do recém-nascido (cujo sintoma é o tamanho do órgão, afetando a respiração). Ao medir o volume do pulmão de bebês de grupos de risco com ambas as tecnologias, os pesquisadores conseguiram encontrar 11 vezes mais chance de o bebê apresentar a doença no exame em 3D, contra duas vezes nas medidas feitas pelo ultrassom 2D. “Por isso, ele não substitui o ultrassom convencional, apenas o complementa”, diz Miguelez.

Segundo o especialista, a melhor época para realizá-lo é entre a 28ª e a 31ª semana de gravidez. Antes disso, por ainda ser magro, a fisionomia do bebê pode assustar os pais. Já a partir da 32ª semana, há menos líquido amniótico e o contraste necessário para a reprodução da imagem fica prejudicado. Mas, de fato, o maior ganho até agora, na maioria dos casos, é a tranquilidade dos futuros pais.

A administradora Juli Madeira, 35 anos, mãe de Ana Júlia, 11, e Lauriana, 2, pagou pelo exame nas duas gestações e não se arrepende. “Queria saber com quem elas se pareciam!”, confessa. E, claro, afirma que se sentiu mais segura depois de ver com os próprios olhos que as filhas realmente estavam se desenvolvendo bem. Miguelez acredita, ainda, que a experiência ajudaria no início do vínculo entre os pais e o bebê. “Uma imagem vale mais que mil palavras.”

Fonte: revista Crescer

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