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Inseminação artificial x Fertilização in vitro: entenda a diferença entre eles


Para muitos casais, a reprodução assistida se torna uma das alternativas para que consigam realizar o sonho de ter filhos. Porém, os métodos ainda geram dúvidas. Afinal, qual é a diferença fertilização in vitro e inseminação artificial? Um é melhor que o outro?

De acordo com o especialista em reprodução humana Daniel Zylberszteyn, do Hospital São Paulo/Unifesp, o que indica a preferência do médico por um método ou outro é a complexidade da dificuldade do casal em engravidar. Nos casos mais simples, diz ele, geralmente é utilizada a inseminação artificial, enquanto para os mais complexos, a fertilização in vitro é o mais indicado. Entenda:

Inseminação artificial

Segundo Larissa Matsumoto, da clínica Vida Bem Vinda, na inseminação artificial, ou intrauterina, a paciente deve usar medicamentos para induzir a ovulação, formando, no máximo, três folículos (que contêm os óvulos). No momento da ovulação, o sêmen é coletado, preparado e transferido para o interior do útero, onde os espermatozoides terão que chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim um embrião.
No geral, a inseminação é indicada para casais com alterações leves no sêmen e distúrbios de ovulação, como no caso da síndrome dos ovários policísticos. Casais homoafetivos femininos e mulheres que querem engravidar por produção independente também buscam bastante a técnica, utilizando sêmen de doador.

Fertilização in vitro (FIV)
De acordo com Zylberszteyn, esse método é indicado quando as tubas são obstruídas ou pouco competentes, em casos de endometriose profunda, baixa reserva ovariana, idade mais avançada da mulher, homens com alteração no sêmen, como baixa concentração ou mobilidade, além de alteração genética que possa ser passada para o bebê. Neste último caso, deve ser feito um diagnóstico pré-implantacional.

O processo da FIV conta com cinco etapas. A primeira é a estimulação dos ovários com medicamentos, seguida da captação dos óvulos, que será feita via vaginal por meio de punção e sob anestesia geral.

Na próxima fase será realizada a fertilização dos óvulos com os espermatozoides, o que pode ser feito da forma clássica – os espermatozoides são colocados ao redor dos óvulos e o resultado é avaliado após 19 horas -, ou por meio da injeção intra-citoplasmática, na qual o espermatozoide é inserido dentro do óvulo por uma agulha microscópica.

A quarta etapa é a cultura dos embriões, onde os mesmos são mantidos em incubadora sob temperatura e mistura de gases adequada, por três a seis dias. Por fim, há a transferência dos embriões, que é um processo indolor realizado com um cateter delicado.

Efeitos colaterais

Além da ansiedade por um gravidez bem-sucedida, o medo dos efeitos colaterais dos tratamentos é algo que ronda a cabeça dos casais. Contudo, ressaltam os especialistas, raramente eles são graves. “Existe um grande temor quanto ao uso das medicações utilizadas para indução ovariana, por serem hormônios injetáveis, em sua grande maioria. É importante desmistificar, pois elas não induzem ao câncer, não engordam e não levam à menopausa precoce”, explica Larissa.

Inchaço, dor de cabeça, irritabilidade e dor pélvica são os efeitos mais comuns relatados por quem se submete a uma das técnicas de reprodução assistida. Quando mais grave, o que pode ocorrer é a chamada síndrome de hiperestimulação ovariana, que é causado pela estimulação dos ovários e pode levar a acúmulo de líquido no abdome. Porém, a incidência desse tipo de problema é cada vez menor, devido à segurança dos medicamentos e protocolos atuais.

Sucesso
De modo geral, um casal pode ser considerado infértil quando ao longo de um ano, sem método anticoncepcional e com relações sexuais frequentes, a gravidez não acontece. Este é o caso de 15% da população mundial.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, as mulheres não são as únicas e nem as principais responsáveis pela não ocorrência de uma gravidez: em 40% dos casos o problema é do casal. Entre os 60% restantes, 30% dos casos o problema é do homem e nos outros 30%, da mulher.

O sucesso de um procedimento de reprodução assistida depende de diversas variáveis, como a idade da mulher, a reserva ovariana, ou, por exemplo, a gravidade do problema masculino. Porém, a média é de 45% na FIV e de 25% a 30% na inseminação. Na gravidez natural, as chances de sucesso variam de 15% a 17%.

Custos

No Brasil, o custo de uma inseminação varia de R$ 2.500 a R$ 4 mil, enquanto da FIV fica entre R$ 7 mil e R$ 20 mil, nos dois casos, sem os gastos com medicação, que vai desde R$ 1 mil até R$ 5 mil, dependendo da técnica adotada.

Em alguns hospitais públicos, é possível fazer os procedimentos de forma gratuita, como é o caso do Hospital das Clínicas e do Hospital Perola Byington, em São Paulo. Nestes casos, é preciso atender aos pré-requisitos necessários de cada instituição, além de estar disposto a enfrentar a fila de espera, que costuma ultrapassar mais de um ano.

Para quem opta por procurar uma instituição privada, pesquisar é a chave para uma escolha segura. “Observar o currículo dos médicos é essencial, além de, se puder, pedir a indicação de conhecidos”, avisa Zylberszteyn.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/

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