quinta-feira

Timidez na infância

Descubra quando é necessário buscar ajuda

O ideal é ajudar a criança a lidar com a timidez (Foto: Thinkstock)
Esconder-se nas pernas dos pais ao chegar a uma festa, ficar com vergonha ao ser chamado pela professora, estranhar a nova babá. Um certo grau de timidez é normal e esperado na primeira infância, período em que a criança está conquistando autonomia. Como ser extrovertido é uma qualidade valorizada na sociedade atualmente, entretanto, muitas vezes os pais tendem a se preocupar quando o filho demostra ser tímido demais. Se você faz parte desse grupo, contenha a ansiedade. “A timidez não assinala uma doença. É apenas um jeito de ser”, esclarece a psicopedagoga Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia. O problema está apenas na intensidade, de acordo com a educadora. “Se a característica é recorrente a ponto da criança se isolar e evitar a interação com outras crianças, por exemplo, escola e família precisam intervir e buscar ajuda profissional”, alerta.

Menos cobranças

Os pais precisam saber, no entanto, que o filho não deixará de ser tímido. Em vez de tentar mudá-lo, o papel do terapeuta é ajudá-lo a lidar com a timidez para que ela não interfira em seu desenvolvimento e aprendizado. O principal é oferecer mais oportunidades para ele se relacionar com outras crianças, mas sem forçá-lo. Seja no aniversário de um amigo ou no parque, com os pais por perto a criança se sentirá mais confiante para interagir.
Mas muitas vezes, por trás do comportamento introvertido, há apenas insegurança. “Quando há muitas cobranças ou regras, a criança fica com receio de não corresponder às expectativas. Então, para não desapontar os adultos, se retrai”, explica Luciana. Nesse caso, ela sugere que as regras e as exigências sejam reavaliadas, de modo que a criança possa agir com mais espontaneidade e de acordo com suas capacidades.

A influência do vínculo familiar

Uma pesquisa recente da Universidade de Maryland (EUA) em parceria com a Universidade de Waterloo (Canada) mostrou que crianças muito inibidas e, ao mesmo tempo, inseguras em relação ao vínculo com os pais, têm mais risco de desenvolver distúrbios de ansiedade no futuro, principalmente os meninos. Para chegar a tal conclusão, os cientistas avaliaram 165 crianças aos 4 meses, aos 14, aos 24, aos 48, aos 84 e, depois, na adolescência, entre 14 e 17 anos.  “Os resultados podem sinalizar a prevenção e o tratamento do transtorno de ansiedade ao identificar fatores de risco em crianças permanentemente tímidas”, disse Erin Lewis-Morrarty, um dos responsáveis pela pesquisa, ao periódico Child Development.


Fonte: revista Crescer

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