sexta-feira

Fast-food pode afetar o rendimento escolar do seu filho

Nova pesquisa norte-americana sugere que o alto consumo desse tipo de alimento leva a um desempenho acadêmico mais baixo


Todo mundo sabe que fast-food não faz bem para a saúde, ainda mais quando consumido em excesso. Por ser pouco nutritivo, esse tipo de alimento também pode afetar o desenvolvimento escolar da criança, de acordo com um novo estudo das universidades de Ohio e Texas, nos EUA. Os pesquisadores examinaram a associação entre a ingestão de fast-food e o rendimento escolar nas disciplinas de leitura, matemática e ciências a partir de dados de mais de 8 mil estudantes da 5a série americana (entre 9 e 10 anos). O resultado da análise mostrou que as crianças com maior consumo de “refeições rápidas” tinham níveis mais baixos de desempenho acadêmico na 8a série, três anos depois. As que relataram haver comido esses lanches todos os dias na semana anterior ficaram quatro pontos atrás em leitura e ciências, e 3 em matemática – em comparação às que não comeram nenhuma vez.

A associação foi constatada mesmo considerando outros fatores que poderiam contribuir com a baixa no rendimento escolar, como educação dos pais, renda familiar, insegurança alimentar e tempo em frente à TV. A hipótese dos estudiosos é que essas crianças não estão recebendo a quantidade adequada de vitaminas, proteínas e minerais, e, por isso, seu desenvolvimento cognitivo estaria sendo prejudicado.

Para o pediatra Ary Lopes Cardoso, chefe do Departamento de Nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (SP), é necessário ter cautela com esse tipo de conclusão. “A pesquisa aponta algumas possibilidades, mas é preciso entender o processo que liga fast-food com crescimento acadêmico e observar outros fatores, avaliar nutricionalmente as crianças, saber como é a nutrição da família e se há antecedentes de doenças que possam levar ao comprometimento cognitivo. Muitas teorias ainda vão surgir até que todo o processo se desvende”, pondera.

Alimento para o corpo e a mente
Por outro lado, especialistas concordam que a falta de uma alimentação saudável e balanceada pode trazer prejuízos diversos para as crianças. “Os alimentos devem conter nutrientes que auxiliam no desenvolvimento não só físico, mas também intelectual. Pobres em nutrientes e ricos em gordura trans e açúcares, os fast-foods contribuíram muito para o surgimento de obesidade, problemas cardíacos, atraso no crescimento, diminuição da inteligência, entre outros”, afirma Alice Amaral, médica especialista em Nutrologia e Medicina do Exercício e Esporte pela Associação Médica Brasileira.

A falta de ferro foi um dos problemas apontados pelos pesquisadores norte-americanos em sua análise do perfil alimentar das crianças. “O nutriente é essencial para o processo de memorização e também fornece energia para as células desempenharem suas funções. Uma criança anêmica, com carência de ferro, não tem energia e nem vontade de aprender”, explica a nutricionista Elaine de Pádua, autora do livro O Que Tem no Prato do Seu Filho? – Um Guia Prático de Nutrição Para os Pais (Ed. Alles Trade).

Outro problema de comer fast-food é o ambiente e a falta do momento da refeição em família, com todos sentados à mesa, conversando e interagindo. Em geral, esse tipo de alimento é consumido rapidamente em ambientes barulhentos e tumultuados, e a criança não tem muita ideia do que está ingerindo. “Além de comprometer a digestão, isso ajuda a aumentar o estresse”, diz Alice, que defende o corte total desse tipo de comida do cardápio das crianças.

Já a nutricionista Elaine de Pádua acredita que não é preciso proibir, mas sim limitar o consumo. “A criança que se alimenta bem e pratica atividades pode comer esse tipo de alimento uma vez por semana, de preferência associado a algo saudável. Dá para trocar a batata por salada ou combinar com uma fruta de sobremesa”, sugere. Outra saída é oferecer opções não industrializadas, como um hambúrguer caseiro ou que não seja frito. Confira as receitas da especialista:

Batata Assada com Alecrim

Ingredientes
1 batata pequena
1 colher (sobremesa) de alecrim desidratado
1 colher (sopa) de azeite
Sal
Pimenta do reino moída

Modo de Preparo
Descasque e corte a batata em rodelas finas. Unte uma assadeira com o azeite, disponha as batatas uma do lado da outra. Salpique o sal, a pimenta e o alecrim. Regue com 1 colher (sopa) de azeite e leve para assar até que as batatas fiquem douradas.

Hamburguer assado de quinua

Ingredientes
3 colheres (sopa) de azeite
1 xícara de cebola picada
1 xícara de alho poro picado
1⁄2 xícara de quinua cozida (conforme preparo básico da embalagem)
a partir de 3⁄4 xícara de quinua crua
1 xícara de cenoura ralada
1 xícara de ervilha torta picada
1 xícara de vagem picada
1 xícara de pimentão vermelho picado
1 xícara de couve-flor picada
1⁄2 xícara de salsinha picada
1⁄2 xícara de cebolinha picada

Modo de Preparo
Coloque o azeite em uma frigideira grande e salteie a cebola roxa com o alho-poró por 10 minutos em fogo médio, mexendo constantemente ou até a cebola ficar transparente. Desligue o fogo e adicione os demais ingredientes aos poucos. Amasse com as mãos, até formar uma massa homogênea e firme. Molde os hambúrgueres com aproximadamente 10 cm de diâmetro e 1,5 cm de altura. Leve-os para assar em forno médio preaquecido (180oC) por 20 minutos.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/

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