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Aborto retido ou abortamento incompleto: conheça causas, sintomas e tratamentos

Preocupação comum principalmente nos primeiros meses da gravidez, o aborto ainda é um tabu entre muitas mulheres. Talvez por isso se desconheça muito sobre o problema. Engana-se, por exemplo, quem pensa que todos eles são iguais. O aborto retido, também conhecido como abortamento incompleto, é uma forma específica de o problema se manifestar. Segundo especialistas, ele é aquele caso em que o desenvolvimento do feto ou da placenta para, até a vigésima semana de gravidez, e o conteúdo da gestação fica retido dentro do útero por mais de 30 dias, ainda que parte dele possa ser expelido pela vagina. Como é possível que a parte que o corpo não expeliu provoque infecções, é importante conhecer o risco.

Aborto retido pode causar infecções (Foto: Getty Images)
De acordo com o ginecologista José Bento, a incidência deste problema aumenta proporcionalmente à idade da mulher. As causas mais comuns são defeitos cromossômicos do embrião, mas podem haver ainda razões morfológicas - como má formação do útero - e inflamatórias, além da diabetes mal controlada, das alterações da tireoide ou dos defeitos na coagulação sanguínea e imunológica, segundo relatos do ginecologista. Tabagismo e doenças ginecológicas também podem ser complicadores que levam a esta situação.

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Portanto, é importante passar por um médico antes da gravidez - naqueles casos em que a gestação é planejada. O acompanhamento especializado e certos cuidados podem evitar problemas. José Bento recomenda que um exame clínico completo, incluindo análises de sangue para avaliação hormonal e para afastar a possibilidade de infecções, seja feito antes da gestação. Algumas vitaminas, desde que recomendadas pelo profissional que acompanha a futura mãe, como o ácido fólico, também podem proteger o feto de certos tipos de má formações ou alterações genéticas. Cuidados prévios como esses podem fazer diferença na evolução da gravidez.
Sintomas e tratamentos para o aborto retido

A médica especializada em Ginecologia e Obstetrícia Erica Mantelli aponta os sintomas mais comuns de um aborto retido: “Pode haver sangramento vaginal, dor pélvica, dor lombar e regressão dos sintomas da gestação. Em casos mais graves, é possível que a mulher tenha febre com comprometimento do quadro clínico geral”, alerta. Assim, não espere a evolução destes sinais para procurar seu médico, que deverá diagnosticar o abortamento incompleto por meio de exame físico e ultrassonografia transvaginal.

Uma vez com o diagnóstico correto, as recomendações para tratamento podem variar. De acordo com Erica, uma das opções é aguardar a eliminação espontânea das partes fetais, sem internação, porém com uso de medicamentos e controle do risco infeccioso. Outra é internar a paciente, usar medicamentos para que o útero se contraia e elimine o aborto retido. Há ainda uma terceira via, em alguns casos, que passa pelo esvaziamento do útero pela curetagem ou aspiração manual do conteúdo da gravidez.

Passar por este problema, no entanto, não impede uma gravidez saudável após o incidente. “É sempre importante determinar a causa do aborto no intuito de corrigir o problema para que ele não ocorra novamente. Em alguns meses, a paciente está apta para uma nova gestação”, diz José Bento.


Fonte: gnt.globo.com

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