quarta-feira

Qual será a altura do seu filho quando ele crescer?


Nos anos 60, o pediatra britânico James Mourilyan Tanner ficou famoso ao criar uma fórmula para estimar a altura final da criança na vida adulta, que ficou conhecida como fórmula de Tanner. O cálculo é feito da seguinte forma: soma-se a altura do pai com a altura da mãe e divide-se o valor obtido por dois. Se for menino, soma-se 6,5 centímetros ao resultado – no caso das meninas, é o contrário, deve-se subtrair 6,5 centímetros.

Para Lea Diamant, endocrinologista infantil do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), uma maneira mais eficaz de saber se a criança será alta ou baixa é o acompanhamento da curva de crescimento da mesma. “Se a média é 50, por exemplo, e ela tem a idade óssea (maturação dos ossos analisada por meio de raio-X) adequada, provavelmente será um adulto na faixa do percentil 50”, explica. Isso porque, além da influência genética, há outros fatores que influenciam a altura de um indivíduo na vida adulta.

Na gravidez e nos primeiros anos de vida, o principal deles é a nutrição. Prematuros tendem a nascer menores e mais baixos, mas costumam alcançar a altura dos nascidos a termo por volta dos 2 anos de idade. Em alguns casos, eles podem continuar sendo os menores da turma por mais tempo, sem que isso reflita qualquer problema de saúde. Doenças com impacto negativo na alimentação, como intolerância ao glúten ou à proteína do leite, também podem atrapalhar o crescimento caso não sejam diagnosticadas precocemente.

Mais tarde, o que conta são os hormônios. Nesse contexto, a idade em que a criança vai entrar na puberdade – que no sexo masculino acontece mais tarde, entre 9 e 14 anos – é marcante. “E essa data não tem como prever na primeira infância, assim sendo, a fórmula é apenas especulação”, explica a pediatra. A obesidade também pode inteferir na estatura final do seu filho, uma vez que a doença antecipa a entrada na puberdade. A explicação está relacionada ao alto índice de leptina (hormônio produzido pelo tecido gorduroso). “Ele induz o hipotálamo (região do cérebro que regula diversos processos metabólicos) a acreditar que a criança já tem massa corpórea o suficiente para passar para essa fase”, completa.

Outra característica importante que pode acelerar o processo é a raça – os afro-descendentes, por exemplo, atingem a puberdade mais cedo. E como a população brasileira é bastante miscigenada (ou seja, mesmo pessoas brancas podem ter os tais genes), o fenômeno não surpreende os médicos daqui.

A prática de esportes, ao contrário do que se imagina, não torna as pessoas mais altas ou mais baixas. Ela pode influenciar negativamente a estatura final apenas se for em excesso. No entanto, ter um estilo de vida saudável, obviamente, é importante para evitar a obesidade e, por consequência, a entrada precoce na puberdade. Mais um motivo para evitar comparações (qual o problema em ser o baixinho da família?) e focar na saúde e no bem-estar do seu filho.

Fonte: revista Crescer

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