quarta-feira

Campanha "Põe no Rótulo" elabora cartilha sobre alergia alimentar em parceria com a PROTESTE

A campanha Põe No Rótulo disponibilizou nesta terça (2) uma cartilha sobre alergia alimentar, em parceria com a PROTESTE Associação de Consumidores. Clicando no link, os pais podem aprender a identificar nos rótulos dos produtos se há os ingredientes que causam problemas de saúde às crianças.

O material se apoia no direito à informação estabelecido no Código de Defesa do Consumidor. “A publicação com certeza ajudará muitas famílias que ainda estão começando a sua jornada neste processo de compreensão e convivência com as alergias e vai facilitar a vida de quem já convive com elas”, disse Cecília Cury, coordenadora da campanha.

Por enquanto, os consumidores precisam entrar em contato com os serviços de atendimento ao cliente para saberem se determinada comida ou bebida oferece risco aos alérgicos.

Diagnóstico


A alergia alimentar está relacionada ao anticorpo imunoglobulina E (IgE) produzido pelo nosso organismo que provoca uma reação específica a algum alimento. A pediatra e alergista da Unifesp Renata Rodrigues Cocco explica que existem dois tipos de alergia alimentar. Um deles tem a forte atuação do componente IgE, produzido pelo organismo. Nesse caso, a reação alérgica se manifesta de segundos a até duas horas após a ingestão do alimento causador da alergia.

“Mas há um segundo tipo de alergia que pode se manifestar mais tardiamente, horas e até semanas depois do contato com o alimento causador. Os sintomas podem vir em forma de diarreia, vômito e até anemia ou inflamação gastrointestinal”, esclarece a especialista. Este segundo tipo, no entanto, é mais difícil de ser diagnosticado porque pode ser confundido com outras doenças cujos sintomas são parecidos. “Não existem exames laboratoriais que comprovam exatamente qual alimento foi o causador do mal-estar. Ao menor sinal dos sintomas, o ideal é procurar um médico especializado”, aconselha Renata.

Um problema comum

Uma recente pesquisa sobre o assunto realizada pelo grupo Food Allergy Initiative mostrou que uma em cada 13 crianças têm alergia alimentar nos Estados Unidos. Já no Brasil não há números que mostrem essa prevalência. No entanto, a alergista Ana Paula Moschione Castro, da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), afirma que o índice de crianças com o problema é grande e observado na prática nos consultórios e hospitais.
Para a especialista, os principais fatores que contribuem para essa estatística são a genética e os ambientais. Entre eles, o desmame precoce, com a introdução cada vez mais cedo de outros alimentos, inclusive dos industrializados.

De acordo com a pesquisa norte-americana, feita com mais de 40 mil crianças, amendoim, leite e mariscos são os alimentos que mais provocam a reação alérgica nas crianças. No Brasil, de acordo com Ana Paula, os mais alérgenos são o leite e o ovo, seguidos pelo trigo, soja, peixe e crustáceos.

Para minimizar os danos de uma alergia alimentar, a observação da mãe é fundamental. Vale fazer um diário com os horários em que seu filho comeu determinado alimento e anotar também se teve alguma reação.

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