Você entrou na 40ª semana de gestação e nem sinal de o bebê querer nascer. Veja como lidar com a ansiedade e até quando esperar
Nas últimas semanas da gravidez, as futuras mães estão mergulhadas em um mar de emoções: medo, ansiedade, expectativa, alegria. E, principalmente, cansaço. Já há alguns meses, você não tem posição para dormir e sente dores nas costas. Mas o que fazer se seu filho não quer sair do quentinho do útero? E, principalmente, até quando é seguro ele ficar ali?
Para responder a essas perguntas, primeiro é preciso entender o tempo de uma gestação normal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a data provável do parto (DPP) é calculada para 40 semanas após o primeiro dia da última menstruação. Um bebê que nasce antes de 37 semanas é considerado prematuro e, após a 42a, pós-termo. Nos dois casos, os riscos de complicações aumentam muito. Mas, a partir da 40ª semana e um dia, os cuidados e o acompanhamento médico devem ser redobrados. “A placenta envelhece e a troca de oxigênio e nutrientes entre mãe e filho piora, o que pode causar até o óbito do bebê”, diz Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Para evitar esse risco, a gestante deve ser submetida a exames como cardiotocografia e ultrassom a cada três dias, que vão avaliar o feto e o líquido amniótico.
Esperar ou não?
Depois de 40 semanas completas, vale a pena postergar o nascimento? Para Daniel Rolnik, obstetra do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a vantagem em esperar, para gestantes de baixo risco, é o aumento das chances de entrar em trabalho de parto naturalmente, o que envolve menos problemas do que fazer um parto normal induzido ou uma cesárea. Ainda assim, a grávida pode ter que se submeter à cirurgia mesmo depois de dias de espera. Além disso, vale lembrar que, apesar de todo o aparato tecnológico, quanto mais a gestação se estende, mas difícil é obter resultados claros que assegurem a saúde do bebê.
É por essas e outras que muitos médicos preferem não pagar para ver. “A resolução final depende do casal, das condições físicas e emocionais da mãe e do bem-estar da criança. Dá para aguardar até 42 semanas, mas, se a medicina já sabe do aumento do risco, vale a pena?”, pondera Sandra Maria Alexandre, professora adjunta do Departamento Obstetrício da Unifesp, em São Paulo.
Foi o caso de Marcela Bussab, 36 anos. Há três anos ela teve o primeiro filho, de parto normal, com 39 semanas e três dias. Ao engravidar pela segunda vez, imaginou que aconteceria o mesmo. Mas, ao se aproximar de sua DPP, a filha não estava encaixada. “Achei que algo estava errado e decidi por uma cesárea. Quando a Catarina nasceu e já havia mecônio, tive certeza de que havia tomado a melhor decisão”, lembra. O mecônio é um dos sinais de que o parto está passando da hora. Isso porque a falta ou a diminuição de oxigênio quando a placenta envelhece faz com que o corpo do bebê relaxe e libere o cocô. O perigo não está na “sujeira”, já que o pequeno intestino é estéril. Mas o mecônio pode ser aspirado e, como é espesso e seca, pode grudar na traqueia e dificultar a respiração.
Contra o calendário
Para quem tem uma gravidez normal e decide esperar a DPP, a dica é controlar a ansiedade. Nem sempre é fácil, mas é possível. Que tal deixar detalhes das lembrancinhas de maternidade para organizar nos últimos dias? E aproveite para ler aquele livro que está há tempos esperando você na cabeceira. Também é importante uma relação de segurança e confiança com o obstetra. Foi o que aconteceu com Luciana Auler, 40 anos. “Com 41 semanas, fui ao hospital para o exame de toque para descolar as membranas. Fiquei muito tempo em trabalho de parto, tentei de tudo para ser normal, mas fiz uma cesárea dois dias depois.”
A consultora de imagem Milena Codato, 34 anos, também decidiu ser paciente quando engravidou de Aurora. “Ao chegar à 40ª semana, ela estava encaixada, o líquido amniótico estava normal, mas o colo estava fechado. Resolvemos esperar”, lembra. A médica então lhe entregou um aparelho de cardiotoco, para que ela mesma checasse os batimentos do bebê, e as consultas se tornaram quase diárias. “Com 41 semanas e cinco dias, minha filha nasceu, de cócoras.” Com acompanhamento adequado, como o de Milena, é possível esperar. Basta seguir as orientações médicas e se sentir segura para isso.
Fonte: revista Crescer
Nas últimas semanas da gravidez, as futuras mães estão mergulhadas em um mar de emoções: medo, ansiedade, expectativa, alegria. E, principalmente, cansaço. Já há alguns meses, você não tem posição para dormir e sente dores nas costas. Mas o que fazer se seu filho não quer sair do quentinho do útero? E, principalmente, até quando é seguro ele ficar ali?
Para responder a essas perguntas, primeiro é preciso entender o tempo de uma gestação normal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a data provável do parto (DPP) é calculada para 40 semanas após o primeiro dia da última menstruação. Um bebê que nasce antes de 37 semanas é considerado prematuro e, após a 42a, pós-termo. Nos dois casos, os riscos de complicações aumentam muito. Mas, a partir da 40ª semana e um dia, os cuidados e o acompanhamento médico devem ser redobrados. “A placenta envelhece e a troca de oxigênio e nutrientes entre mãe e filho piora, o que pode causar até o óbito do bebê”, diz Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Para evitar esse risco, a gestante deve ser submetida a exames como cardiotocografia e ultrassom a cada três dias, que vão avaliar o feto e o líquido amniótico.
Esperar ou não?
Depois de 40 semanas completas, vale a pena postergar o nascimento? Para Daniel Rolnik, obstetra do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a vantagem em esperar, para gestantes de baixo risco, é o aumento das chances de entrar em trabalho de parto naturalmente, o que envolve menos problemas do que fazer um parto normal induzido ou uma cesárea. Ainda assim, a grávida pode ter que se submeter à cirurgia mesmo depois de dias de espera. Além disso, vale lembrar que, apesar de todo o aparato tecnológico, quanto mais a gestação se estende, mas difícil é obter resultados claros que assegurem a saúde do bebê.
É por essas e outras que muitos médicos preferem não pagar para ver. “A resolução final depende do casal, das condições físicas e emocionais da mãe e do bem-estar da criança. Dá para aguardar até 42 semanas, mas, se a medicina já sabe do aumento do risco, vale a pena?”, pondera Sandra Maria Alexandre, professora adjunta do Departamento Obstetrício da Unifesp, em São Paulo.
Foi o caso de Marcela Bussab, 36 anos. Há três anos ela teve o primeiro filho, de parto normal, com 39 semanas e três dias. Ao engravidar pela segunda vez, imaginou que aconteceria o mesmo. Mas, ao se aproximar de sua DPP, a filha não estava encaixada. “Achei que algo estava errado e decidi por uma cesárea. Quando a Catarina nasceu e já havia mecônio, tive certeza de que havia tomado a melhor decisão”, lembra. O mecônio é um dos sinais de que o parto está passando da hora. Isso porque a falta ou a diminuição de oxigênio quando a placenta envelhece faz com que o corpo do bebê relaxe e libere o cocô. O perigo não está na “sujeira”, já que o pequeno intestino é estéril. Mas o mecônio pode ser aspirado e, como é espesso e seca, pode grudar na traqueia e dificultar a respiração.
Contra o calendário
Para quem tem uma gravidez normal e decide esperar a DPP, a dica é controlar a ansiedade. Nem sempre é fácil, mas é possível. Que tal deixar detalhes das lembrancinhas de maternidade para organizar nos últimos dias? E aproveite para ler aquele livro que está há tempos esperando você na cabeceira. Também é importante uma relação de segurança e confiança com o obstetra. Foi o que aconteceu com Luciana Auler, 40 anos. “Com 41 semanas, fui ao hospital para o exame de toque para descolar as membranas. Fiquei muito tempo em trabalho de parto, tentei de tudo para ser normal, mas fiz uma cesárea dois dias depois.”
A consultora de imagem Milena Codato, 34 anos, também decidiu ser paciente quando engravidou de Aurora. “Ao chegar à 40ª semana, ela estava encaixada, o líquido amniótico estava normal, mas o colo estava fechado. Resolvemos esperar”, lembra. A médica então lhe entregou um aparelho de cardiotoco, para que ela mesma checasse os batimentos do bebê, e as consultas se tornaram quase diárias. “Com 41 semanas e cinco dias, minha filha nasceu, de cócoras.” Com acompanhamento adequado, como o de Milena, é possível esperar. Basta seguir as orientações médicas e se sentir segura para isso.
Fonte: revista Crescer
Nenhum comentário:
Postar um comentário