Veja por que ter o acompanhamento de um profissional de confiança é peça chave para a saúde so seu filho
Cami Oliveira
"O acompanhamento pediátrico é fundamental para controlar a alimentação, o gráfico do crescimento, o IMC (Índice de Massa Corporal) e o desenvolvimento motor e sensorial da criança”, diz Eduardo Vaz, presidente da Sociedade brasileira de Pediatria(SBP).
E esse trabalho já começa na sala de parto, onde são feitos exames, como o teste de apgar, para checar a vitalidade da criança ao nascer. Mas se algo der errado, a presença dele também faz a diferença. Durante os 60 primeiros segundos de vida da criança, é o profisional quem vai dar o suporte necessário ao recém-nascido, em casos de complicações cardíacas ou respiratórias.
A parte mais importante da pediatria, no entanto, é a prevenção. Ou seja, as consultas, mesmo que o seu filho não esteja doente, servem para identificar quais os riscos a criança poderá ter e tratar eventuais problemas desde cedo. Isso inclui doenças crônicas, assim como outras menos comuns na infância, como diabetes e hipertensão. Atualmente, a SBP também luta para chamar a atenção das famílias e dos profissionais sobre o alcance do que se denomina pleno desenvolvimento, com ênfase nos primeiros 5 anos de vida.
“Temos no Brasil atual 17 milhões de crianças nessa faixa etária e estimamos que apenas 10 milhões atinjam seu potencial. E esse é um período crítico, porque se a criança não alcança seu desenvolvimento pleno até essa idade, ela terá dificuldades cognitivas quando entrar na escola ou chegar à vida adulta”, afirma Vaz. O que só aumenta a importância do acompanhamento de um bom profissional para ajudar os pais as inúmeras dúvidas que podem - e vão! - surgir pelo caminho.
Pronto atendimento
Ainda assim, muitos pais preferem levar o filho ao médico apenas quando ele está doente e optam pelo pronto atendimento. Seja por necessidade, devido ao custo das consultas, ou por praticidade, o número de crianças no PS para tratar doenças simples que poderiam ser resolvidas em consultório é cada vez maior, percebem os especialistas.
"Dificilmente os médicos de pronto atendimento vão conseguir observar, em apenas uma consulta, uma doença que aparece mais devagar”, diz a Alessandra Cavalcante, pediatra do Hospital São Luís (SP).
Para o presidente do Hospital Infantil Sabará (SP), José Luiz Setúbal, o problema é ainda maior: pediatras de consultório estão desaparecendo. Hoje, apenas a classe mais favorecida costuma levar seus filhos a uma consulta com o pediatra à título de prevenção, segundo ele.
Dados da SBP mostram que 83% da população não têm plano de saúde privado e dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) para cuidar da saúde, onde nem sempre é o mesmo profissional que vai atender a criança. E até mesmo quem tem convênio de saúde, pode encontrar dificuldade para marcar consultas com o mesmo profissional sempre que necessário. Além das trocas de profissionais, a agenda do pediatra de convênio, em geral, é mais concorrida. E aí, mais uma vez, a saída é ir ao PS infantil.
Se esse for o seu caso, antes de ir ao hospital, ligue para o pediatra do seu filho para ter certeza de que é realmente necessário levá-lo ao PS. Seja particular, do convênio ou do SUS, a opinião dele conta - e muito!
Fonte: Revista Crescer

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