quinta-feira
Primeiro remédio para endometriose é lançado no Brasil
Doença atinge cerca de 10% das brasileiras e pode causar dor e dificuldade para engravidar
Por Marcela Bourroul
O primeiro remédio desenvolvido especialmente para tratar a endometriose chegou este mês ao mercado. O comprimido Allurene®, produzido pela empresa farmacêutica Bayer, havia sido aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em novembro do ano passado.
O novo tratamento promete diminuir a dor crônica causada pela endometriose durante a menstruação e relações sexuais. Estima-se que 10% das brasileiras tenham a doença, que surge quando o endométrio (tecido que reveste o útero e é eliminado na menstruação) se fixa em órgãos como ovários, ligamentos abdominais e pélvicos ou a bexiga. Cólicas muito fortes (durante ou após o período menstrual) e incômodo durante a relação sexual são sintomas que podem caracterizar a doença. Algumas mulheres não sentem dor, mas outro sinal comum da endometriose é a dificuldade para engravidar.
Segundo Maurício Abrão, ginecologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), a nova droga é uma alternativa interessante para as mulheres que sofrem com a dor da endometriose, mas não é uma cura. O remédio contém um composto sintético com efeito similar ao da progesterona, que diminui o efeito de outro hormônio, o estrogênio, principal alimento para a endometriose.
“Estamos otimistas com a nova droga. Por enquanto, ela tem o custo maior que as pílulas, mas menor em relação aos tratamentos semelhantes. E com o tempo a expectativa é que o preço diminua e que o remédio passe a ser oferecido também na rede pública”, afirma Abrão.
O meio de diagnóstico mais usado para detectar a endometriose é a laparoscopia. Quem pode identificar se você tem ou não o problema é seu ginecologista. Em casos mais graves, a cirurgia para remoção do tecido pode ser indicada.
Outras formas de tratamento
Outros métodos disponíveis são à base de hormônios e, em alguns casos, a retirada do útero e dos ovários também é uma opção. Por mais irônico que pareça, em certas ocasiões a própria gestação pode ajudar a combater o problema. É que a sobrecarga de progesterona que acontece no corpo da mulher durante essa fase acaba desestimulando os focos de endometriose.
Fonte: revista Crescer
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