quinta-feira

Anticoncepcional pós-parto

Novas pesquisas mostram o avanço da pílula masculina, mas enquanto não chega ao mercado, confira o nosso guia com as indicações, vantagens e desvantagens das principais opções disponíveis hoje
Bruna Menegueço e Daniela Torres



Notícias recentes mostram o avanço nas pesquisas para a criação da pílula anticoncepcional masculina. A última delas, publicada em uma das principais revistas científicas do mundo Cell, deixou os cientistas animados. Eles encontraram uma nova substância chamada de JQ1 que diminui muito a produção de espermatozóides e mesmo os que sobrevivem não sabem nadar. A pesquisa foi feita em ratos e depois que as injeções foram suspendidas, os animais recuperaram a fertilidade totalmente. Para o ginecologista e obstetra Eduardo Sousa, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP), a função da pílula masculina deve ser muito diferente da feminina. “A mulher produz apenas um óvulo por mês, já o homem está o tempo todo produzindo espermatozóides, que vão sendo estocados. A cada ejaculação entre 150 e 200 milhões de espermatozóides são expelidos”, explica Sousa. O desafio dos cientistas, então, é criar um medicamento que seja eficaz e seguro. Os homens precisam ter a garantia de reversibilidade total do processo e terem a certeza de que a pílula não vai influenciar no desejo sexual nem causar outros efeitos colaterais. “Escuto sobre a produção do anticoncepcional masculino há 20 anos e acredito que ainda vai demorar muitos anos até que ele seja vendido nas farmácias e aceito pela população”, diz o especialista. O preconceito, aliás, é uma das principais dificuldades. Perguntamos a opinião de nossos leitores sobre a pílula masculina em nosso Facebook. A maioria das leitoras que respondeu afirma não confiar na organização e regularidade dos companheiros e, por isso, não usaria. Os homens têm medo de perder a "potência" sexual. Enquanto isso, os anticoncepcionais femininos estão cada vez mais modernos. Eduardo explica que cada vez mais eles serão feitos com hormônios naturais, que se assemelham muito aos produzidos pelo corpo da mulher com dosagens baixas e sem efeitos colaterais. Se você acabou de se tornar mãe e percebeu que ainda não está na hora de ter mais um filho, é bom saber mais sobre os métodos anticoncepcionais disponíveis indicados para essa fase. Talvez aquele que você usava antes de engravidar não seja o mais ideal. Os adesivos, anéis vaginais e pílulas que têm pausa entre as cartelas só existem no Brasil com estrogênio; então, não são opções para as mulheres que amamentam. Os contraceptivos hormonais, como pílula e injeções, só são permitidos quando utilizam apenas progestogênios, já que o uso de estrogênio nesse período afeta a quantidade e a qualidade do leite materno. Por isso, escolha abaixo, mas converse com seu médico antes de começar a usá-lo, ok? DIU (dispositivo intrauterino) sem hormônio: feito de cobre, tem menos de 1% de chance de falhar. Dura até dez anos, pode ser colocado imediatamente após o parto e retirado a qualquer momento por um especialista, mas aumenta o fluxo menstrual. Indicado para quem não quer mais ter filhos ou deseja esperar bastante tempo até o próximo. Quanto custa: entre R$ 500 e R$ 1 mil Fertilidade: volta imediatamente após a retirada DIU (dispositivo intrauterino) com hormônio: libera pequenas doses de progestogênio diretamente no útero e diminui o risco de falhas para 0,2%. Dura até cinco anos, a mulher pode não menstruar ou ter o fluxo bastante diminuído. Indicado para quem não quer mais ter filhos, ou pretenda esperar um bom tempo. Precisa de anestesia local e pode ser colocado no consultório cerca de seis semanas após o parto e retirado por especialista a qualquer momento. Quanto custa: em torno de R$ 1.800 Fertilidade: de um a três meses após a retirada Implante: é um pequeno bastão, implantado embaixo da pele do braço, que libera doses de progestagênio. Dura três anos e algumas mulheres sentem uma diminuição da libido. Colocado em consultório, com anestesia local, cerca de seis semanas após o parto, ele pode ser retirado também com anestesia a qualquer momento e tem um dos índices mais baixos de falha: 0,05%. Quanto custa: cerca de R$ 1.800 Fertilidade: de um a três meses após retirada Injeções de progesterona: indicado para quem tem anemia ou endometriose, cessa a menstruação e a picada precisa ser tomada a cada três meses. Pode haver retenção de líquido, o que altera o peso. Para quem pensa em ter mais filhos em “médio prazo”. O índice de falha é de 0,3%. Quanto custa: R$ 20 por injeção, em média Fertilidade: de três a 12 meses após a última injeção Diafragma: usado com pomada espermicida, tem vantagem de você decidir sozinha a hora de usar e de parar. Uma espécie de tampão que cobre o colo do útero, precisa ser colocado antes de cada ato sexual e tirado após, no máximo, oito horas. Não altera a libido da mulher e é ideal para quem está preparada desde já para uma nova gravidez, pois o índice de falhas é bastante alto, de 6% ao ser usado com espermicida. Quanto custa: diafragma, R$ 100; gel espermicida, R$ 20 Fertilidade: não há interrupção da fertilidade Camisinha: dos métodos nessa fase, é o único destinado ao homem, além de ser o único que também protege de doenças sexualmente transmissíveis. Na fase pós-parto, a mulher tem pouca lubrificação vaginal e pode ser necessário o uso de lubrificante. Tem 2% de índice de falha. Bom para quem quer mais filhos para breve por não interferir no organismo da mulher. Quanto custa: R$ 3 em média Fertilidade: não há interrupção da fertilidade Pílula de progestogênios de uso contínuo: existem as de baixa dosagem (minipílulas) e as de média dosagem, ambas tomadas sem pausas. O índice de falhas é de 1,6%. Melhoram a cólica e a tensão pré-menstrual, mas podem diminuir a libido. Quanto custa: de R$ 10 a R$ 30 Fertilidade: de um a três meses após interrupção

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