domingo

O Google não tem filhos



Pesquisa norte-americana realizada em Pronto-Socorro infantil revela que ao menos metade dos pais pesquisou sobre a saúde do filho na internet nos últimos três meses. Veja por que isso nem sempre é positivo

Malu Echeverria

Quem nunca acessou a internet para checar o resultado de algum exame antes mesmo de falar com o pediatra? Cada vez mais a rede está se tornando uma aliada importante dos pais na hora de tirar qualquer tipo de dúvida. Uma pesquisa realizada em um Pronto-Socorro infantil nos Estados Unidos com 262 pais e cuidadores - apresentada recentemente no congresso anual da Academia Americana de Pediatria (AAP) - revela que metade deles já pesquisou sobre a saúde do filho na rede pelo menos uma vez nos últimos três meses. Mas será que as informações nem sempre confiáveis dos milhares de sites que existem podem interferir no julgamento dos pais?

De acordo com o estudo norte-americano, aproximadamente 12% dos pais entrevistados no PS disseram que consultaram a internet antes de levar o filho até ali. Destes, 30% só tiveram certeza de que estavam agindo corretamente depois de ler informações online. Para o pediatra Marcelo Reibscheid, isso pode ser perigoso. “Tem paciente que não segue o tratamento recomendado pelo médico porque viu algo diferente na internet”, diz. “Além disso, na dúvida, é melhor ir ao PS imediatamente.”

Reibscheid é a favor das consultas a sites confiáveis, ele mesmo costuma indicar alguns aos pacientes e também mantém o site de sua clínica sempre atualizado com notícias atuais sobre pediatria. “Mas o médico de confiança da família é que deve ser a referência e não a Wikipedia”, exemplifica. Algo que os entrevistados no estudo concordam: a maioria diz que daria, sim, preferência a sites sugeridos pelos médicos, em vez de pesquisar em qualquer lugar.
Por isso, vale reforçar que a internet, quando bem usada, é uma ótima aliada para o desenvolvimento do seu filho. Antes, porém, de se desesperar ao ler alguma informação alarmante sobre aquele exame de que falamos no início da reportagem, lembre-se: o Google não tem filhos.



Fonte: Revista Crescer

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