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Placenta: uma grande companheira

Ela se forma logo após a fixação do óvulo fecundado no útero e, durante as 40 semanas de gestação, nutre e protege o bebê
Fabio Mello



Povos primitivos costumavam enterrar a placenta após o parto, rendendo a última homenagem à "companheira" do bebê. Também era costume plantá-la ao pé de uma árvore, para que se tornasse a guardiã da criança. São ritos que traduzem, com sabedoria, a importância desse órgão durante a gestação. Sem a placenta, uma gravidez não segue adiante. Três ou quatro dias após a concepção, o óvulo fecundado chega ao útero. Assim que ele se fixa, a placenta começa a se formar. Rapidamente, assume o controle hormonal do organismo da mãe, produzindo o hormônio gonadotrofina coriônica, que só existe durante a gravidez, e é indispensável para fixação completa do embrião no útero. A placenta controla ainda outros hormônios na gestação, como estrogênio, progesterona, e o lactogênio, que determina a produção de leite. Mas a sua principal função é sustentar e proteger o feto.

Filtro protetor
De formato plano e pesando cerca de 500 gramas (equivalente a 17% do peso do feto), a placenta adere de um lado à superfície do útero. A face interna fica voltada para o bebê, ao qual se une pelo cordão umbilical. Um de seus papéis é ser a intermediária entre a circulação sanguínea materna e a do feto, filtrando o que pode ser nocivo. É a chamada barreira placentária, que impede ou reduz a passagem de vírus, bactérias e substâncias prejudiciais, como nicotina e álcool. Os agressores podem até chegar à circulação fetal, mas em concentração inferior à encontrada no sangue da mãe. Após o parto, a placenta é expelida naturalmente pelo útero. Situações delicadas

Algumas complicações na placenta exigem atenção e muito cuidado
Insuficiência placentária: Quando a placenta não consegue nutrir e oxigenar o feto o suficiente. A causa freqüente é alteração vascular na mãe. Dependendo do grau de insuficiência, o desenvolvimento do bebê pode ser comprometido e o parto antecipado.

Placenta prévia:
Ocorre quando a placenta se fixa próxima ao colo, e não na parte média como é o normal. Comum em mulheres que se submeteram a curetagens ou têm cicatrizes de cesáreas e de cirurgias. A placenta prévia não ameaça o desenvolvimento do bebê, mas pode inviabilizar o parto normal.

Descolamento prematuro:
Acontece se as ligações entre a placenta e o útero se rompem, dificultando o fluxo de nutrientes e oxigênio para o bebê. Conforme o descolamento, a única saída é uma cesárea de emergência. Se for parcial, é possível prosseguir a gestação até o bebê ter condições de sobreviver fora do útero.

Dequitação incompleta: A placenta não se descola totalmente após o parto. Se localizada na parte mais alta do útero, é removida pelo obstetra. No caso de acretismo placentário – quando penetra no tecido uterino –, a solução é a retirada, seguida de curetagem. Se fragmentos da placenta prolongarem-se até o interior do músculo uterino ou se fixarem em outros órgãos, pode ser necessária a retirada do útero.

Fonte: Revista Crescer

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