Eles fazem beicinho, ficam vermelhos de raiva, se finam de tanto chorar e deixam os pais, principalmente os de primeira viagem, enlouquecidos. Durante o primeiro ano de vida, antes de poder se comunicar com palavras, a única forma de o bebê pedir ajuda é soltando o choro agudo, uma espécie de sinal de alarme ao qual os pais respondem prontamente.No princípio, o choro é um sinal impreciso: diz que o bebê está triste, mas não acusa o motivo da sua infelicidade. Com o passar do tempo, os pais podem relacionar os diferentes tipos de choro com os diferentes tipos de dor.
O choro prematuro
A primeira vez que um bebê chora é logo após o nascimento, para expressar o choque da mudança repentina de ambiente. A maioria dos pais responde com um sorriso de alegria ao saber que seus pulmões estão funcionando corretamente. Ele chora com mais frequência durante os primeiros três meses, mas depois essa manifestação vai diminuindo. Por volta das seis semanas, seus canais lacrimais se desenvolvem o suficiente para produzir as primeiras lágrimas.
Por que eles choram
Há sete razões que provocam o choro dos bebês: dor, desconforto, fome, solidão, excesso de estímulos, falta de estímulos ou frustração.
Choro persistente pode indicar cólicas.
Se os pais são sensíveis, logo saberão diferenciar um tipo de choro do outro. A dor normalmente se expressa com uma manifestação aguda e intensa. O bebê não tem uma ideia clara do que está errado e não consegue distinguir entre uma dor leve e uma forte, por isso precisa atrair a atenção dos pais rapidamente. É comum ver as crianças parerem de chorar quando são embaladas ou têm contato com o corpo dos pais.
Como detectar a necessidade
Os recém-nascidos também choram por desconforto, quando se sujam, quando sentem muito calor ou frio, ou se sua delicada pele entra em contato com uma superfície áspera.
Choros de fome podem ser detectados facilmente pelo ritmo e hora em que acontecem. Quando o bebê tem muita fome, ele chora mais alto e com mais urgência, com pausas curtas para respirar. O choro mais facilmente identificado é aquele que parece triste, repetitivo, que surge quando o bebê começa a sentir que foi abandonado. Não é preciso fazer nada além de segurá-lo ou mostrar o rosto sorridente bem de perto. O bebê também pode chorar se é estimulado demais ou muito pouco. Se estiver muito cansado, seu choro será entremeado de lamentos e gemidos, esfregará os olhos.Antes de dormirDurante os primeiros meses, o bebê fica mais apegado à mãe e começa a chorar, dar sinal de alarme, se o separam dela. Ele só quer o aconchego materno, mas os preparativos para dormir podem não permitir isso. Apesar de os pais saberem que a mãe voltará para dar atenção ao bebê, ele não sabe.
Se os choros são frequentemente ignorados, em algum lugar no fundo do seu cérebro ele poderá desenvolver falta de confiança. O medo de sua mãe nunca voltar começa a angustiá-lo, e um sentimento de insegurança pode ficar em sua memória, dificultando uma autoconfiança futura. Mesmo que chore, o bebê precisa aprender a dormir sozinho, o que não significa que a mãe deva ser totalmente ausente. Manter o berço no quarto dos pais durante os primeiros meses dá ao bebê a sensação de estar perto da mãe, salvo e seguro. Quando ele se acostumar à ideia e mudar-se para o próprio quarto, por volta dos seis meses, tudo parecerá muito menos traumático.
Lágrimas por frustração
Choros de frustração aparecem mais tarde, quando a criança está tentando conseguir alguma coisa mas não consegue. Este tipo de choro aumenta à medida que o bebê começa a flexionar seus músculos explorar seu entorno, mas antes de haver adquirido a capacidade de realizar movimentos de forma eficaz. Em casos extremos, a criança pode prender a respiração e ficar com o rosto avermelhado ou azulado. Pode até mesmo perder a consciência. Esses ataques podem acontecer durante um acesso de raiva.
Fonte: livro Meu Bebê, de Desmond Morris
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