sábado

Os segredos para criar meninos e meninas IV

Aprendizagem sob medida

Suspeita-se que o desenvolvimento cerebral mais lento nos meninos reflete-se sobre sua coordenação motora fina e maturidade intelectual. No início da escolaridade, eles estariam de 6 a 12 meses atrasados em relação às meninas. Com base nesse dado e em sua experiência profissional, Steve Biddulph defende que os garotos entrem na escola um ano mais tarde. Ele também cita exemplos bem-sucedidos de escolas australianas que separam meninos e meninas na hora de ensinar matérias como matemática e línguas. “Na pré-adolescência, os garotos parecem se expressar verbalmente melhor quando não há mulheres em volta, e as meninas se soltam mais quando não estão ao lado deles”, constata.
“A maneira de explicar algumas matérias deveria ser diferente para cada sexo, considerando que as meninas usam uma forma de lógica mais verbal, e os meninos mais dedutiva”, concorda Ceres Alves de Araújo, professora de psicologia da PUC-SP. A ênfase está no respeito às diferenças. “Educar igual não significa dizer as mesmas coisas para ambos, mas, sim, respeitar igualmente as características de cada sexo”, completa a psicóloga Elizabeth Brandão, de São Paulo.
Do ponto de vista neurológico, também é possível estimular as habilidades em defasagem. “Só é preciso tomar cuidado para não criar rejeições”, ressalta Vilanova. Como as pessoas procuram se esquivar daquilo que acham difícil, a abordagem que se faz de cada assunto torna-se extremamente importante. “O ideal é estimular igualmente meninos e meninas em todas as áreas e habilidades para que eles façam as suas escolhas e desenvolvam naturalmente suas aptidões”, completa Ceres.

O que os pais podem fazer
MENINOS
Eles, em geral, precisam de explicações lógicas e detalhadas. Caso os pais percebam uma grande dificuldade do filho em acompanhar os estudos, convém negociar com a escola. “É melhor atrasar um ano na escolaridade do que obrigar a criança a conviver com a sensação de estar sempre em defasagem em relação à classe”, defende Biddulph. A tese é polêmica, mas, segundo o terapeuta, forçar os garotos a permanecer sentados e a escrever quando eles ainda não têm a maturidade necessária é condená-los a se sentirem infelizes e a crescer odiando a escola.
MENINAS
Se a educação na escola é padronizada, em casa não precisa ser. “Meninas entendem frases complexas e conseguem intuir as explicações”, diz Ceres. Isso porque sua capacidade de integrar informações verbais é maior. Elas vão entender melhor tudo o que fizer parte de uma história, inclusive explicações de matemática e de física.
AMBOS
As brincadeiras entre os sexos devem ser estimuladas. “O aprendizado da sociabilidade passa pelo contato com o diferente”, ressalta Isabel Kahn. Ao lidar com a diversidade, os meninos aprendem a controlar a agressividade e são obrigados a aperfeiçoar a linguagem. Já as meninas descobrem como usar a agressividade e se defender.


Fonte: Revista Claudia

Nenhum comentário:

Postar um comentário